Uruguai planta árvores nativas para restaurar florestas

Mais de 500 árvores nativas serão plantadas nesta quarta-feira, no Uruguai

Promover o uso sustentável dos ecossistemas terrestres, combater a desertificação, reverter a degradação de terras e refrear a perda da diversidade biológica. Estes são os principais objetivos da iniciativa Plantatón, realizada no Uruguai. A primeira ação será o plantio de mais de 500 árvores nativas no município de Artigas, no norte do país, na próxima quarta-feira, 4 de setembro.

Idealizado pela Rede Uruguaia de ONGs Ambientais com o apoio do Ministério da Habitação, Planejamento Territorial e Meio Ambiente (MVOTMA) e do Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PnuD), o Plantatón faz referência a experiências homônimas realizadas em países como El Salvador e Colômbia.

O plantio das árvores envolve uma articulação com governo e a sociedade civil, com convocatórias feitas em escolas, associações de aposentados, Exército, empresas privadas e públicas. A ideia é estender a experiência para outros pontos do país.

Stefan Liller, representante do PnuD no Uruguai, disse que a iniciativa foi implementada com sucesso em outros países e, em El Salvador, por exemplo, já foram “plantadas cerca de 17 milhões de árvores que permitiram recuperar grandes extensões, prevenir inundações e reverter a degradação de bosques”.

Além de recuperar os bosques, que cobrem aproximadamente 5,2% da superfície do Uruguai, o plantio contribuirá com a recuperação da diversidade biológica de espécies nativas e da qualidade da água.

No dia 5 de junho deste ano, quando o projeto Plantatón foi lançado, Stefan Liller detalhou os três eixos de trabalho: regeneração natural de espaços degradados, plantio de árvores nativas em zonas prioritárias para a conservação e controle de espécies exóticas invasoras que competem e deslocam espécies autóctones.

Sistema Nacional de Áreas Protegidas

Em 2005, o Uruguai criou o Sistema Nacional de Áreas Protegidas (SNAP). De acordo com o Ministério do Meio Ambiente, são 16 áreas (311.101 hectares), incluindo as terrestres e marinhas, que atingem apenas 0,98% do território.

O modelo econômico uruguaio é baseado no uso intensivo de recursos naturais, com um setor agrícola que gera 78% das exportações. Em 2017, os principais produtos agroindustriais de exportação foram carne bovina (21%), celulose (19%), soja (17%), laticínios (8%) e arroz (6%), de acordo com informações da Uruguai 21, agência de promoção de exportações e investimentos.

As áreas dedicadas à agropecuária, que chegam a ocupar 93% do território do país, segundo dados do PnuD, geram deterioração ambiental, erosão do solo, perda de ecossistemas e poluição das águas pelo uso de produtos químicos.

(Por Marieta Cazarré, da Agência Brasil

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