Pelo menos 70% de todos os trabalhadores no planeta têm a saúde afetada pelas mudanças climáticas, aponta um relatório divulgado na segunda-feira, 22 de abril, pela Organização Internacional do Trabalho (OIT).
A cada ano são reportadas 23 milhões de lesões corporais atribuídas diretamente ao calor excessivo, com quase 19 mil mortes. E esses números não incluem problemas renais, cardiovasculares e mentais ou câncer.
As mudanças climáticas afetam profissionais em quase todas as áreas, em particular os que trabalham ao ar livre ou em ambientes abafados. “É essencial que escutemos esses alertas. As considerações de segurança ocupacional e saúde devem se tornar parte de nossas respostas à mudança climática”, afirma Manal Azzi, chefe da Equipe de Segurança e Saúde Ocupacionais da OIT.
Segundo o estudo, os trabalhadores de baixa renda que atuam ao ar livre, especialmente em setores como agricultura e construção, são extremamente vulneráveis ao estresse térmico. Isso se manifesta não apenas em riscos diretos como exaustão pelo calor e insolação, mas também na diminuição da produtividade, o que tem implicações econômicas significativas.
Queda da produtividade
Por exemplo, prevê-se que a produtividade laboral global possa diminuir em valores equivalentes a 80 milhões de empregos em tempo integral até 2030 devido ao calor extremo.
Além disso, o relatório destaca que o aumento das temperaturas e eventos climáticos extremos estão afetando diretamente a saúde dos trabalhadores, com projeções de aumento significativo em doenças transmitidas por vetores, insegurança alimentar e problemas de saúde mental. Isso coloca uma pressão adicional sobre as infraestruturas de saúde, especialmente em países em desenvolvimento com sistemas de saúde frágeis, ampliando as desigualdades existentes.
Esses desafios sublinham a necessidade urgente de integrar considerações de segurança e saúde ocupacional nas estratégias de resposta às mudanças climáticas, como mencionado por Manal Azzi, especialista da OIT. A adaptação e a mitigação são cruciais para proteger não apenas o meio ambiente, mas também a saúde e a produtividade dos trabalhadores em todo o mundo.
