Com a participação de representantes de 22 países, o primeiro Simpósio Global de Soluções Sustentáveis para Água e Energia, realizado em parceria pela Itaipu Binacional e o Departamento de Assuntos Econômicos e Sociais das Nações Unidas (Undesa), chegou ao fim na quarta-feira, 15 de junho, com uma mensagem de esperança.
“Vimos soluções em água e energia que não estão só no papel, estão sendo implementadas. Isso nos mostra como somos capazes de alcançar um desenvolvimento sustentável”, afirmou o líder da Equipe de Energia Sustentável da Undesa, Minoru Takada.
“É possível atingir o ODS 7”, projeta o líder da Undesa
O objetivo do Simpósio, que teve cobertura do Notícia Sustentável, foi compartilhar e explorar, com especialistas e representantes de entes públicos e privados, as melhores práticas em relação ao uso sustentável dos recursos.
Os debates foram realizados em Foz do Iguaçu (Brasil) e em Hernandárias (Paraguai) e trataram de mudanças climáticas, conservação e aproveitamento com base em novas tecnologias, entre outros temas, em consonância com os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) da ONU.
Ao final do evento, Martin Niemetz, especialista em Desenvolvimento Sustentável da Undesa, apresentou uma minuta com as conclusões do encontro. Entre os dez pontos constantes da carta, é possível destacar:
- O consenso entre os países participantes (além de Brasil e Paraguai, Argélia, Bolívia, Emirados Árabes Unidos, Equador, Espanha, Estados Unidos, Etiópia, Filipinas Gana, Guatemala, Índia, Líbano, Nepal, Omã, Paquistão, Quénia, Sudão, Suíça, Tajiquistão e Tunísia) sobre a necessidade de sinergia para a cooperação na mitigação de problemas climáticos;
- Fortalecimento de políticas em longo prazo para as questões envolvendo água e energia;
- Concentração de esforços e recursos financeiros para ampliar e acelerar o investimento em soluções inovadoras, como hidrogênio verde, por exemplo;
- Publicação de um informe global de energia e água para disseminar informações sobre as soluções sustentáveis disponíveis para estas áreas.
Água e energia: simpósio defende agenda global integrada
Interesse comum
Na visão do diretor de Coordenação brasileiro da Itaipu, Luiz Felipe Carbonell, é possível contribuir ainda mais para o debate global nas questões de interesse comum. “Pudemos ver exemplos bem-sucedidos de manejo de territórios e de água. Essas iniciativas são fundamentais para estabelecermos estratégias para ultrapassar possíveis crises”, apontou. Segundo ele, é papel da Itaipu Binacional fornecer apoio para os que os dois países possam cumprir as metas globais.
Já o diretor de Coordenação paraguaio de Itaipu, Gustavo Ovelar, reforçou a importância da cooperação entre a empresa e a Undesa, fortalecida por meio do Simpósio, na busca por ferramentas que possam auxiliar o incentivo às políticas públicas vinculadas às soluções sustentáveis para água e energia.
Parceria renovada
Itaipu Binacional e Undesa fundaram, em 2018, a Rede Global para Soluções Sustentáveis de Água e Energia. A proposta é compartilhar boas práticas e experiências com instituições e governos de todo o mundo, a fim de conectar as metas dos ODS 6 (água) e 7 (energia) aos demais que compõem a Agenda 2030 das Nações Unidas. Atualmente, a Rede já conta com 23 membros de todo o planeta.
Ao término do Simpósio, representantes da Itaipu e da Undesa renovaram o acordo de cooperação entre as instituições, que agora abrangerá o período entre 2022-2026, cujo objetivo é contribuir para o período crítico de cinco anos da Década de Ação das Nações Unidas para o alcance dos ODS.
Especialistas compartilham soluções sustentáveis de água e energia
“A nova parceria expandirá o escopo e o tamanho da Rede Global para Soluções Sustentáveis de Água e Energia, incorporando todos os outros ODS, em particular, ODS 13 (mudanças climáticas) e ODS 15 (ecossistemas terrestres) e incorporando outras partes interessadas relevantes e importantes”, diz o trecho da carta de intenções.
O editor do Notícia Sustentável viajou à Foz do Iguaçu (PR) e Hernandárias (Paraguai) à convite da Itaipu Binacional.