Seminário Cebds 2019 discute impacto dos negócios no meio ambiente

No dia em que se comemora o Dia da Amazônia, a preocupação com o desmatamento e o impacto dos negócios no meio ambiente foram os temas mais abordados no Seminário Cebds Visão 2050: O Futuro é feito agora, realizado em São Paulo. Também ganhou destaque os debates em torno da humanização no futuro do trabalho, dominado pela tecnologia e inovação.

O evento reuniu cerca de 180 profissionais das 60 empresas associadas ao Cebds e lideranças da Shell, Siemens, Neoenergia, Alcoa, Braskem, Itaú, Cofco e instituições como a Abag e Abrafrutas. Foi consenso que o setor empresarial enfrenta desafios de curto e médio prazos, assim como a necessidade urgente de incorporar processos e/ou hábitos sustentáveis e de vanguarda.

A edição deste ano do seminário, que contou com o patrocínio da Braskem e Itaú, também debateu temas como clima, água, biodiversidade, impacto social, agricultura, transição energética, finanças sustentáveis e economia circular, prioritários para o desenvolvimento econômico sustentável brasileiro e deu início às discussões para a nova edição do Visão 2050, que será construída ao longo do próximo ano. O documento, lançado originalmente em 2012, apresentará os caminhos para que o desenvolvimento sustentável avance ao longo das próximas décadas.

Com diversos painéis ao longo dia, os profissionais destacaram que o Brasil não pode desperdiçar oportunidades e que as tecnologias disponíveis no mercado devem ser usadas como aliadas dos negócios. Segundo a presidente do Cebds, Marina Grossi, o exercício de planejar o futuro é de extrema importância e as empresas precisam ser indutoras de novos padrões e liderar a transição.

“Os empresários devem se comprometer com esses valores. Eles é que farão a diferença para o cliente e acabarão afetando os resultados das empresas que lideram”, afirmou.

Agricultura 4.0

A inovação e tecnologia no setor agropecuário dominou o painel Agricultura 4.0. A cadeia agropecuária nos últimos anos cresceu e alcançou exportação de aproximadamente US$ 101 bilhões em 2018, de acordo com dados mencionados por Luiz Cornachionni, diretor executivo da Associação Brasileira de Agronegócios (Abag). “No passado, o produtor rural ao esgotar os recursos naturais da terra, abandonava o espaço, se instalava em outro e começava novamente todo o processo. Atualmente com as tecnologias e dados disponíveis o agricultor não precisa mais migrar e isso acabou trazendo melhores resultados para o segmento”, resumiu Cornachionni.

Os participantes do painel sobre os impactos financeiros das mudanças climáticas destacaram que o Brasil reúne todas as condições para adotar políticas mais “verdes” nas companhias, mas precisa aprender a atuar neste novo modelo de negócio. “É necessário enxergar e acreditar que estas novas práticas são excelentes para prosperar. O país tem potencial para atrair bons e excelentes investimentos e precisamos focar nos excelentes”, afirmou presidente da Siemens, André Clark.

Para enfrentar o desafio da transição energética, a conclusão dos profissionais que participaram do debate sobre o tema é que as novas fontes de energia já vêm sendo usadas pelos consumidores, mesmo que ainda de maneira tímida. Um exemplo foi citado pela presidente da Neoenergia, Solange Ribeiro, que contou que, em alguns momentos, 90% da região Nordeste vem sendo atendida por energia renovável. “O Brasil tem 45% de capacidade de energia renovável, enquanto outros países têm cerca de 25%, então precisamos aproveitar esta vantagem”, comentou a executiva.

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