As Nações Unidas promovem desde quinta-feira, 15 de outubro, a Semana Mundial da Alimentação, com o objetivo de realçar ações necessárias para retomar a meta global do Fome Zero.
Diversos eventos estão programados em torno do Dia Mundial da Alimentação, neste 16 de outubro. A data marca a fundação da Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura (FAO), em 1945.
A agência da ONU destaca este ano que a situação global é marcada por conflitos, eventos climáticos extremos e um aumento da obesidade que revertem o progresso no combate à fome e a desnutrição.
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Em uma mensagem de vídeo (assista abaixo), o secretário-geral da ONU, António Guterres, destaca a importância dos sistemas alimentares e seu impacto nas economias, no meio ambiente e na saúde.
Para o chefe das Nações Unidas, estas estão entre as principais razões pelas quais ainda não se tem conseguido permanecer dentro dos limites ecológicos do planeta.
A celebração de 2020 ocorre em meio a situações como a pandemia, que expôs a fragilidade da distribuição mundial de alimentos. Milhões de pessoas passam fome e a crise climática afeta a segurança alimentar.
Para tratar dessas questões, o secretário-geral anunciou a convocação da Cúpula dos Sistemas Alimentares de 2021.
Alterações do clima
O evento pretende aumentar a consciência global e estimular ações para repensar os sistemas alimentares em favor de um papel mais positivo no combate à fome, doenças relacionadas à dieta e alterações climáticas.
Na reunião agendada para ocorrer em paralelo à Assembleia Geral na sede da ONU, em Nova York, Guterres disse que chamará a atenção dos líderes mundiais sobre o assunto.
De acordo com o chefe da ONU, a atribuição do Prêmio Nobel da Paz deste ano ao Programa Mundial de Alimentos (PMA), destaca a oportunidade deste evento. Ele frisou que é preciso engajamento e ação global para que haja sistemas alimentares inclusivos e sustentáveis, ao exortar a todos a participarem dessas conversas.
Ao abordar sobre a reunião, a enviada especial para a Cúpula Alimentar da ONU, Agnes Kalibata, enfatizou que é preciso uma mudança radical nos sistemas alimentares por se registrarem perdas de trilhões de dólares em alimentos desperdiçados e emissões significativas de gases de efeito estufa.
A ex-ministra da Agricultura do Ruanda disse a jornalistas que o evento coloca os alimentos e os sistemas alimentares no centro da Década de Ação da ONU para o cumprimento da Agenda 2030 para o Desenvolvimento Sustentável.