A queda nas emissões de carbono e outros gases de efeito-estufa, que aumentam o aquecimento global, foi de 17% na primeira semana de abril, quando as regiões do mundo responsáveis por 89% das emissões globais de CO2 estavam sob algum nível de confinamento. No Brasil, a queda nas emissões chegou a 25%, informa Ana Carolina Amaral, do blog Ambiência, da Folha de S.Paulo.
A conclusão é de um estudo publicado nesta terça-feira, 18 de maio, na revista científica Nature Climate Change, que estimou as mudanças nas emissões diárias de carbono e gases-estufa entre janeiro e abril, conforme os níveis de confinamento da população.
A maior queda vem do setor de transporte de superfície (veículos automotores), que reduziu suas emissões em 43%. O segmento é responsável por 20% das emissões globais.
As emissões somadas dos setores de energia e indústria também resultam em uma queda de 43% das emissões. No mundo, a geração de energia responde por 44,3% das emissões de gases causadores do aquecimento global, enquanto o setor industrial é responsável por 22,4% das emissões.
Acordo de Paris
A aviação é o setor mais impactado pelo confinamento, mas suas emissões representam apenas 3% das emissões globais, representando 10% da redução nas emissões globais durante a pandemia.
O estudo estima que o confinamento pode representar uma redução de 4% nas emissões globais de carbono em 2020 caso as medidas de isolamento durem até a metade de junho. Se algumas restrições persistirem até o final do ano, a redução anual nas emissões pode chegar até 7% – uma taxa, que, se for mantida anualmente, levaria o mundo a cumprir as metas do Acordo de Paris.