Hari Hartmann, diretor da Polo Salvador: “Sustentabilidade gera negócios”/Foto: Polo Salvador/Divulgação
Uma camisa polo biodegradável que se desintegra em até três anos em aterros sanitários. Esse é o resultado da união entre a Rhodia, empresa do grupo belga Solvay e a Polo Salvador, pequena indústria têxtil localizada no bairro do Uruguai, em Salvador.
Tudo começou há cerca de dois meses, quando a Rhodia desenvolveu em São Paulo o fio biodegradável de poliamida. Ciente da novidade, o diretor da empresa baiana, Hari Hartmann, uniu o fio de algodão utilizado por sua indústria têxtil à poliamida biodegradável homologada pela Rhodia, o que deu origem ao novo produto: a primeira camisa polo biodegradável do Brasil.
“Em condições normais, uma camisa pode demorar décadas para se decompor. O que esse fio tem de especial é uma espécie de alimento adicionado à fibra para as bactérias presentes em condição de lixão e/ou aterro sanitário. Por isso essa diferença de tempo estratosférica. Mais uma vez comprovamos que sustentabilidade gera negócios, além de unir empresas de alcances completamente diferentes por um bem maior”, pontua Hartmann.
Empresa Verde
Com mais de dez anos de atuação no mercado têxtil, a Polo Salvador coleciona premiações e certificações no âmbito da sustentabilidade – como o título de empreendimento sustentável “IPTU Verde” da Prefeitura de Salvador e o reconhecimento da Associação Brasileira de Normas e Técnicas (ABNT) por ser a primeira indústria brasileira a produzir “Camisa Polo Carbono Zero” – devido às ações sustentáveis que aplica tanto nas linhas de produtos quanto no dia a dia dos cerca de 50 funcionários da fábrica.
A reutilização da água da chuva em descargas e torneiras, os sensores de presença, a substituição de lâmpadas fluorescentes por LED e a autossuficiência em energia são algumas das medidas sustentáveis adotadas pela fábrica.
Outras ações
Além disso, os retalhos dos tecidos (que chegam a 800 kg por mês), são doados para a Creche Escola Comunitária Fonte de Luz, no Parque São Cristóvão, onde são transformados em estopas e vendidas para empresas, inclusive do Polo Industrial de Camaçari.
Já as camisas polo fabricadas para fardamentos corporativos, assim como para o consumidor final, são feitas de materiais que incluem o uso de garrafas PET recicladas, no caso das linhas ecológicas. Para os clientes que preferem a camisa 100% algodão há a opção orgânica, livre de agrotóxicos ou pesticidas.