A adoção de práticas sociais, ambientais e de governança entrou para a agenda estratégica de empresas de diferentes setores e passou a dominar a pauta do ambiente corporativo. No entanto, para que o ESG se torne efetivamente uma estratégia de negócios é necessário que se estabeleçam regras e padrões mundiais para suportar o processo decisório.
Para contribuir com a adoção de parâmetros para a adoção e avaliação desses critérios, a Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT) lançou nesta quarta-feira, 14 de dezembro, na Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp), a Prática Recomendada 2030 – Ambiental, social e governança (ESG) – Conceitos, diretrizes e modelo de avaliação e direcionamento para organizações.
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Participaram da cerimônia, o presidente da ABNT, Mário William Esper, o Presidente da Ciesp e Vice-Presidente da Fiesp, Rafael Cervone, e convidados que participaram dos estudos e elaboração do documento.
A Norma inédita fruto de um amplo trabalho liderado pela ABNT na Organização Internacional de Normalização – ISO, alinha os principais conceitos e princípios na sigla ESG, em inglês para “environmental, social and governance” e orienta os passos necessários para incorporá-los na organização.
Critérios mais relevantes
Para tanto, o documento apresenta os critérios mais relevantes, segmentados pelos eixos ambiental, social e de governança, apoiando a organização na identificação de seus temas materiais dentro da abordagem ESG.
A Prática Recomendada estabelece ainda, modelo de avaliação e direcionamento, composto por escala de cinco níveis evolutivos, que permite à organização identificar seu estágio de maturidade em relação a um determinado critério ambiental, social ou de governança e estabelecer metas de evolução.
A Norma é aplicável a todos os tipos de organizações, compreendendo empresas privadas ou públicas, entidades governamentais e organizações sem fins lucrativos, independentemente do porte e área de atuação.
Segundo o presidente da ABNT, Mario William Esper, a ABNT é protagonista na criação de uma normalização global sobre ESG que define parâmetros, diretrizes e critérios com indicadores de qualidade – alinhando-se ao padrão ISO já reconhecido mundialmente.
“A Prática Recomendada é um Guia para que empresas no mundo inteiro possam padronizar processos no que diz respeito a aspectos de administração e gestão corporativa em que questões como o impacto de uma empresa na sociedade, no meio ambiente ou sua relação com seus próprios funcionários são levados em consideração na tomada de decisões e geração de valor”, explica.
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Potencial de ganho
O dirigente reforça ainda que os aspectos ESG estão cada vez mais sendo considerados por agências de rating e outros stakeholders e, consequentemente, afetando o potencial de ganho dos investidores.
A Prática Recomendada foi elaborada pela Comissão de Estudo Especial de Environmental, Social and Governance (ESG) (ABNT/CEE-256) e está disponível no ABNT Catalógo,