O “ponto de não retorno” na Amazônia refere-se a um limiar crítico onde a destruição do ecossistema atinge um nível tal que a floresta não consegue mais se regenerar e sustentar suas funções ecológicas essenciais. Esse ponto é também conhecido como “tipping point”.
A partir desse momento, a Amazônia poderia entrar em um processo irreversível de degradação, transformando-se em algo mais parecido com uma savana, com vegetação muito mais esparsa, menos biodiversidade e uma capacidade significativamente reduzida de armazenar carbono.
Este fenômeno é resultado de uma combinação de fatores, incluindo o desmatamento, as mudanças climáticas e os incêndios florestais. O desmatamento reduz a quantidade de árvores disponíveis para absorver dióxido de carbono durante a fotossíntese e liberar oxigênio, além de alterar o ciclo hidrológico da região. As mudanças climáticas podem exacerbar esses efeitos, aumentando a frequência e a intensidade de secas e incêndios florestais, que por sua vez levam a mais desmatamento e degradação.
Cientistas alertam que, se a área desmatada na Amazônia ultrapassar entre 20% e 25% de sua extensão original, isso poderia desencadear esse ponto de não retorno, levando a mudanças drásticas no ecossistema.
Essas mudanças não só teriam graves consequências para a biodiversidade e os povos indígenas que dependem da floresta para sua subsistência, mas também afetariam o clima global, devido à redução da capacidade da floresta de atuar como um sumidouro de carbono.
Para os especialistas em biodiversidade, a sobrevivência da Amazônia depende não somente da interrupção do ciclo de desmatamento, mas também do início de um processo abrangente de restauração florestal e reflorestamento das áreas já degradadas.