O Fundo Soberano da Noruega, que gere US$ 1,2 trilhão e é o maior do mundo, anunciou na terça-feira, 20 de setembro, que exigirá neutralidade de carbono até 2050 das nove mil empresas de todo o mundo nas quais tem participação. As informações são do ClimaInfo.
Anunciado pela diretora de governança do Fundo, Carine Smith, o novo plano busca se alinhar com uma decisão tomada pelo Parlamento Norueguês, que neste ano estabeleceu a meta de neutralidade de carbono até 2050.
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Com capital em mais de 9.000 empresas em 70 países, o Fundo administra recursos correspondentes a 1,3% da capitalização de todas as bolsas de valores do mundo, além de ter investimentos em títulos e projetos de setores como a construção civil e energias renováveis, entre outros.
No Brasil, participa do investimento em 174 empresas, somando US$ 4,5 bilhões ou 0,3% de todos seus ativos, conforme informa o Valor. Aqui, a participação acionária abrange, por exemplo, 1% na Petrobras, 2,1% na Suzano, 2,2% na Cosan e 3,6% na Aliansce Sonae Shopping Centers.
A matéria do Valor lembra que o Norges Bank, instituição administradora do Fundo Soberano, excluiu, no ano passado, 12 empresas do portfólio e colocou três outras sob observação. Uma dessas três é a brasileira Marfrig Global Foods, e por questões ambientais.
Neutralidade de carbono: o que é?
A neutralidade de carbono significa buscar o equilíbrio entre as emissões e a absorção de carbono por sistemas naturais, o que faz com que o saldo na atmosfera seja, literalmente, neutro.
Em suma, a atividade econômica pode continuar emitindo gases de efeito estufa, contudo, por meio de projetos de remoção, ela retira o equivalente da atmosfera e apresenta um balanço neutro.
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Em 2018, o IPCC (Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climática) determinou que o planeta precisa alcançar a neutralidade nas emissões de dióxido de carbono (CO2) até 2050 e de todos os gases de efeito estufa até 2070, considerando o cenário em que há a intenção real de enfrentar a emergência climática.
Caso esta meta não seja alcançada, será extremamente improvável manter o aquecimento global abaixo de 2°C em comparação com níveis pré-industriais, de acordo com o estipulado pelo Acordo de Paris.