Natalia Fochi

O uso eficiente de lâmpadas LED: sustentabilidade e economia

As lâmpadas LED têm se destacado como uma das melhores opções de iluminação tanto para ambientes residenciais quanto comerciais, visto sua durabilidade e eficiência energética, mas também o seu menor impacto ao meio ambiente. Esses produtos são mais eficazes em termos de consumo de energia.

Comparadas às lâmpadas fluorescentes, elas podem proporcionar uma economia quatro vezes superior, segundo a Neoenergia. Além disso, devido à economia na conta de luz e menor necessidade de trocas frequentes, resultam também na redução de resíduos e impactos ambientais.

Entretanto, para maximizar os benefícios proporcionados por essa tecnologia, é fundamental escolher o modelo correto para cada ambiente. Fatores como a temperatura de cor, o fluxo luminoso e o tipo de soquete são determinantes para que a iluminação atenda às necessidades do espaço. Por exemplo, uma lâmpada de luz branca fria é mais adequada para escritórios e ambientes de trabalho, enquanto uma lâmpada de luz branca quente cria uma atmosfera mais acolhedora, ideal para salas de estar e quartos.

A instalação correta das lâmpadas LED também influencia diretamente na eficiência. Elas devem ser colocadas em luminárias adequadas, que permitam a dissipação do calor, garantindo a longevidade do produto. Evitar o uso de dimmers (dispositivo de controle de luminosidade) que não sejam compatíveis com LEDs é importante, pois o uso incorreto desse aparelho pode causar oscilações na luz e reduzir a vida útil da lâmpada.

Alguns outros aspectos importantes para a manutenção:

  • A necessidade de limpeza periódica das lâmpadas e luminárias. O acúmulo de poeira pode diminuir a eficiência luminosa, exigindo mais energia para iluminar adequadamente o espaço. Além disso, é essencial verificar regularmente a integridade das conexões elétricas e o estado das superfícies refletoras, pois pequenos defeitos ou corrosão podem comprometer o desempenho e a segurança do sistema de iluminação;
  • O aproveitamento máximo da luz natural. Em ambientes onde há grande abertura de luz solar, utilizar a iluminação artificial apenas quando necessário contribui para a economia de energia;
  • Investir em sensores de presença e sistemas de automação também pode otimizar o uso das lâmpadas, ajustando a iluminação conforme a necessidade.

O uso eficiente de lâmpadas LED é uma prática que vai além da simples escolha de um produto de qualidade. Ao adotar esses hábitos, contribuímos para minimizar os impactos ambientais e alcançamos uma economia significativa no longo prazo, reforçando o compromisso com o meio ambiente.

*Natalia Fochi – Gerente de Sustentabilidade e Logística da Reciclus.

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O fim dos lixões: um marco para a sustentabilidade no Brasil

Desde a promulgação da Lei nº 12.305/2010, que instituiu a Política Nacional de Resíduos Sólidos (PNRS), o Brasil vive uma transformação importante na gestão de resíduos. A lei decretou o fim dos lixões a partir de 2014, um marco que visava erradicar essas áreas de disposição final de resíduos sólidos sem qualquer controle ambiental ou técnico adequado.

No entanto, o Novo Marco Legal do Saneamento (Lei nº 14.026/2020) estendeu esse prazo para agosto de 2024 para municípios com até 50 mil habitantes, reconhecendo os desafios que ainda se apresentam para a completa implementação da lei.

A transição dos lixões para sistemas mais sustentáveis é um processo complexo. A falta de infraestrutura adequada, capacitação técnica e recursos financeiros suficientes para investimentos em tecnologias de tratamento de resíduos são barreiras que muitos municípios ainda precisam superar. Para que essa mudança seja eficaz, é necessário um esforço conjunto entre os setores público e privado, além de um engajamento ativo das comunidades.

Os lixões são responsáveis por diversos impactos ambientais e sanitários negativos. Sem qualquer controle, eles contaminam o solo, a água e o ar com substâncias tóxicas e gases poluentes. Sua presença afeta ecossistemas naturais e recursos hídricos por longos períodos, colocando em risco a saúde pública e o meio ambiente.

A substituição desses espaços por aterros sanitários é crucial para mitigar esses impactos. Por essa razão, é fundamental o investimento em aterros sanitários equipados com sistemas de impermeabilização e coleta de gases. Esses sistemas são projetados para evitar a contaminação do solo e das águas subterrâneas, além de capturar gases como o metano, que podem ser utilizados para a geração de energia.

Além disso, a promoção da coleta seletiva e da reciclagem é essencial. Reduzir a quantidade de resíduos destinados à disposição final não só prolonga a vida útil dos aterros sanitários, mas também promove a economia circular, onde materiais recicláveis são reintegrados à cadeia produtiva, gerando valor econômico e empregos.

O fim dos lixões não é apenas uma necessidade ambiental e sanitária, mas também uma obrigação legal. Alcançar uma gestão mais responsável e sustentável dos resíduos sólidos exige o engajamento de diversos setores da sociedade — governos, empresas e comunidades.

Governos devem criar e implementar políticas públicas eficazes, enquanto as empresas devem investir em tecnologias limpas e práticas de produção sustentáveis. As comunidades, por sua vez, precisam ser integradas às ações de Educação Ambiental, dessa forma, poderão se engajar em práticas de repensar, reduzir, recusar, reutilizar e reciclar.

A erradicação dos lixões no Brasil é um passo fundamental para a construção de um agora mais sustentável. Embora os desafios sejam muitos, a colaboração entre os setores público e privado, aliada ao engajamento das comunidades, pode transformar a gestão de resíduos no país.

*Natalia Fochi é Gerente de Sustentabilidade e Logística da Reciclus.

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