
Por ClimaInfo
O ex-prefeito de Nova York e magnata da mídia Michael Bloomberg anunciou na quinta-feira, 23 de janeiro, que sua Fundação assumirá os compromissos financeiros deixados pelo governo dos EUA junto ao secretariado da Convenção-Quadro da ONU sobre Mudanças Climáticas (UNFCCC).
Assim, a interrupção dos repasses americanos, confirmada pelo presidente Donald Trump nesta semana, não afetará as atividades do órgão nem a realização das rodadas de negociações climáticas a partir deste ano.
Os Estados Unidos são o maior financiador do secretariado da UNFCCC. Para o período de 2024-2025, o governo do ex-presidente Joe Biden foi responsável por financiar cerca de 22% do orçamento de US$ 96,5 milhões (cerca de R$ 575 milhões). Esses repasses foram interrompidos por Trump em seu primeiro dia de governo, junto com anúncio da saída dos EUA do Acordo de Paris.
Não é a primeira vez que Bloomberg se oferece para substituir o governo americano no financiamento da UNFCCC. Em 2017, quando Trump tirou os EUA pela primeira vez do Acordo de Paris, o bilionário também se comprometeu a substituir os repasses de Washington para o secretariado. Ao todo, cerca de US$ 15 milhões foram doados nesta ocasião.
America Is All In
Além do compromisso financeiro, Bloomberg foi um dos artífices do movimento We Are Still In (Ainda Estamos Comprometidos), uma coalizão de governos subnacionais, empresas e organizações da sociedade civil americana que reforçou a participação dos EUA nas COPs climáticas durante o primeiro governo Trump. A articulação foi reforçada agora, sob o nome America Is All In (A América Está Totalmente Comprometida).
“O povo americano continua determinado a seguir a luta contra os efeitos devastadores das mudanças climáticas. Agora, o papel da filantropia em impulsionar ações locais, estaduais e do setor privado é mais crucial do que nunca”, afirmou Bloomberg.