O desemprego, segundo projeções da IBRE/FGV, pode chegar a atingir quase 19 milhões de trabalhadores até o final do ano. A Tendências Consultoria é menos pessimista: em seu cenário básico, o número de desempregados pode chegar a quase 15 milhões. E uma pesquisa recente aponta que ⅓ das famílias de baixa renda têm, pelo menos, um desempregado em casa. Esse quadro saiu em matérias dos jornais O Globo e do Estadão.
Reverter esse quadro passa, necessariamente, pelo aumento da atividade econômica. É comum encontrar a expressão “retomada do crescimento” sem que se pergunte se esse “crescimento” é sustentável e se “retomar” no sentido de voltar ao que éramos antes da pandemia, é desejável.
O Plano Pró-Brasil, costura malfeita e incompleta de intenções, anunciada pelo governo na semana passada, é, nas palavras de Márcio Santilli, na Mídia Ninja, um “plano de quem não tem plano”. O ministro Guedes, que não foi convidado para o lançamento do tal Plano, minimizou a iniciativa e reforçou o entendimento de que o governo não deve gastar o que não tem e que o Congresso deve aprovar as reformas e deixar que o mercado se encarregue de cuidar da economia.
Essa tese foi endossada por Carlos Langoni, em O Globo. Nesse embate, até o liberal Financial Times diz que Guedes está perdendo espaço para as medidas emergenciais adotadas para mitigar a situação de boa parte da população.
Sustentabilidade
Rogério Studart, ex-representante do país no Banco Mundial, defende investimentos do governo em infraestrutura sustentável. Para Fabio Graner, do Valor, o economista disse entender que será possível atrair investimentos estrangeiros, posto que muito fundos de investimento têm o mandato de procurar projetos com alto grau de sustentabilidade.
O país teria a possibilidade de expandir a infraestrutura em áreas como saneamento, conservação da natureza, recuperação de matas, eficiência energética e mobilidade urbana. Studart diz que “isso tudo pode gerar um volume de empregos inacreditável”.
(Via Clima Info)