Em Itagibá, no sul da Bahia (a 370 quilômetros de Salvador), a Atlantic Nickel produz o níquel sulfetado, um componente muito importante para a produção de baterias para carros elétricos – mercado que ainda engatinha no Brasil, mas encontra-se em pleno desenvolvimento na Europa e Ásia.
Integrante do grupo britânico Appian Capital Advisory, a Atlantic Nickel é a única empresa com atuação no Brasil a produzir, atualmente, o níquel sulfetado, que depois de passar por um processo de refino fica apto ao abastecimento deste mercado em expansão no exterior.
Toda a produção de níquel sulfetado da planta de Itagibá é exportada via Porto de Ilhéus para os mercados asiático e europeu, com predominância da China. Com o novo Plano de Aproveitamento Econômico (PAE), recém-divulgado pela empresa, a previsão da Atlantic Nickel é dobrar a sua capacidade produtiva com o início da operação subterrânea, prevista para 2028, o que elevará o tempo de vida útil da mina de oito para 34 anos.
Quanto maior a quantidade de níquel, maior é a densidade de energia de uma bateria, fator que contribui para o armazenamento de mais energia, de acordo com o peso real dela. Um exemplo prático: veículos cuja bateria têm densidade de energia mais alta podem rodar mais quilômetros do que densidade de energia mais baixa. Por esse motivo, os fabricantes de automóveis estão migrando das baterias de níquel-manganês-cobalto (NMC) da proporção atual de 1:1: 1 para 8: 1: 1.
“A indústria da mineração é que vai viabilizar que todos nós tenhamos um futuro melhor. Viver em um mundo com menos emissões de gases de efeito estufa, onde as coisas são mais eficientes. O níquel é um metal essencial para a indústria de baterias elétricas. O carro elétrico hoje é o que, obviamente, chama mais atenção pela utilização de baterias, mas tudo ao nosso redor tem bateria, e na Europa, na América do Norte, a gente também começa a ver uma tendência muito forte de eletrificação nas casas, nos lares”, defende o CEO da Appian Capital Brasil, Paulo Castellari.
A Atlantic Nickel informou que emprega, hoje, cerca de 1.500 pessoas na planta localizada em Itagibá. Mais de 60% dos trabalhadores são moradores da microrregião: Ipiaú, Itagibá, Ibirataia, Ubatã e Barra do Rocha.
Mercado brasileiro
O mercado de veículo elétricos e eletrificados no Brasil voltou a crescer em junho de
2020, invertendo a tendência de queda de abril e maio e retomando o ritmo forte do
início do ano e final de 2019.
O total de vendas de autos e comerciais leves eletrificados no primeiro semestre foi
mais que o dobro do mesmo período de 2019, com aumento de 221% (de 2.356
unidades para 7.568).
É o melhor primeiro semestre da série histórica da Associação Brasileira do Veículo
Elétrico, com base nos emplacamentos do Renavam (Registro Nacional de Veículos
Automotores). “Os números indicam que o segmento está superando o pior momento da crise
causada pela Covid-19”, avalia o presidente da Associação Brasileira do Veículo Elétrico (ABVE), Adalberto Maluf.
A frota de veículos eletrificados em circulação no Brasil chegou a 30.092 unidades no
final do primeiro semestre.
Curiosidades sobre o níquel
- O níquel é o segundo metal mais abundante na Terra, depois do ferro;
- É um metal branco prateado, de alto brilho, usado originalmente em moedas e predominantemente usado para fazer aço inoxidável;
- O níquel agora é um componente crucial na fabricação de baterias de veículos elétricos;
- O níquel é fundamental para as indústrias por sua alta resistência à oxidação;
- O níquel é encontrado em dois tipos muito diferentes de minério: minérios de sulfeto e minérios de laterita;
- Os minérios de níquel podem ser:
❖ Sulfetados (primários)
❖ Lateríticos (oxidados)
- O sulfetado – tipo produzido pela Atlantic Nickel – possui em sua composição, além do níquel, sulfetos de cobre, cobalto e ferro, assim como alguns metais valiosos (platina, prata e ouro);
- O sulfetado é o único apropriado para a produção de baterias elétricas;
- O laterítico é mais utilizado na produção de ferroníquel, que se aplica na indústria do aço inox.
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