Um estudo realizado para a Associação Brasileira dos Comercializadores de Energia (Abraceel), em maio de 2019, apontou que 87% dos brasileiros consideram que a energia elétrica é cara ou muito cara. Em tempos de pandemia pela Covid-19, com isolamento social e as pessoas ficando mais tempo em casa, há uma tendência de aumento no consumo de energia elétrica – e sem a adoção de uma fonte alternativa de energia, como a solar, não há como se livrar da incômoda conta de luz mensal.
Felizmente, há boas práticas que ajudam a mitigar os danos, minimizar o consumo e, consequentemente, baixar o preço final da conta. Segundo o engenheiro eletricista e professor do curso de Engenharia Elétrica da Pitágoras de Luís Eduardo Magalhães (BA), Rafael Cruz, o chuveiro elétrico e o ar-condicionado são os maiores vilões das contas. “Uma má utilização desses equipamentos pode causar um prejuízo mensal enorme no orçamento. Portanto, o que seria uma boa utilização? Banhos mais rápidos e na temperatura intermediária; além da correta utilização do ar-condicionado podem fazer uma enorme diferença no final do mês”, explica.
Ainda de acordo com o especialista, um chuveiro normal consome em média 5500W de potência no modo inverno e 2300W no modo verão. Em uma casa onde moram três pessoas, se cada uma tomar dois banhos de 10 minutos cada, por dia, totalizará uma hora de banho diário. Se esses banhos forem todos na posição inverno do chuveiro, o consumo mensal será de 5500W, que multiplicado por 30h mensais, dá 165kWh de consumo.
Considerando que o kWh atual custa em torno de R$ 0,88, apenas o chuveiro trará um custo de R$145. Em uma segunda situação, onde essas pessoas fazem um consumo racional desse chuveiro, diminuem dois minutos no tempo do banho e alternam os banhos entre modo verão de dia e modo inverno à noite, essa mesma família gastaria R$82 com chuveiro no mês, economizando R$63, o que representa uma economia de 45% apenas alterando o tempo e a dinâmica do banho.
Conheça outras dicas!
Ar-condicionado
- Manter limpos os filtros para evitar um trabalho maior do ar em manter a temperatura;
- Usar por menos tempo por dia, preferindo o ventilador que tem um consumo dez vezes menor. E quando usar, ligar em uma temperatura não muito baixa, normalmente 23 °C;
- Quando ligado, manter o ambiente fechado para evitar o desperdício; e quando desligado, manter o ambiente protegido do sol para que, quando for ligado, não encontre uma temperatura muito alta, tendo que trabalhar mais para baixar.
Outros equipamentos
Outras práticas são mais conhecidas, como não deixar a porta da geladeira aberta, lavar o máximo de roupas por vez na máquina de lavar, não usar o ferro elétrico excessivamente e tirar os equipamentos da tomada não os deixando por muito tempo no modo stand-by.
Lâmpadas
Outro caminho para a economia é a troca de lâmpadas incandescentes e fluorescentes por lâmpadas de LED. Uma lâmpada de LED de 10W equivale a uma fluorescente de 20W e uma incandescente de 68W. Supondo que a lâmpada fique acesa em média 6h por dia, 5 lâmpadas de LED trariam um custo mensal de R$8, enquanto a fluorescente custaria R$16 e a incandescente R$108. Ou seja, a troca por lâmpadas de LED passa a ser uma excelente opção quando usada da forma correta: apenas quando necessário, desligando quando sair do ambiente, evitando assim o desperdício.
Cuidado na aquisição de novos eletrodomésticos
Se comprar outros equipamentos, eletrodomésticos em geral, o ideal é dar preferência aos que possuem o selo Procel, que classifica os equipamentos em indicadores de E ao A, destacando quais são os modelos que consomem menos energia.
Instalação elétrica
E, por fim, um vilão invisível é a instalação elétrica, que geralmente é feitaa sem seguir os corretos procedimentos recomendados pelas normas da ABNT, provocando assim um gasto invisível aos olhos, mas não aos medidores de energia. Portanto, considerar uma visita de um profissional habilitado para verificar o correto dimensionamento dos condutores e circuitos; e a conservação dos eletrodutos embutidos também pode ajudar bastante.