Sucesso do ESG: qual é a importância da comunicação?

A visibilidade sobre as ações da agenda ESG está crescendo de forma acelerada

A visibilidade das ações propostas pelo conceito ESG (Environmental, Social and Governance – Ambiental, Social e Governança) tem pautado os debates das iniciativas públicas e privadas do Brasil. No entanto, o programa está em atividade desde 2004, quando foi estabelecido em parceria com o Banco Mundial.

Com uma campanha denominada Who cares win (Quem se preocupa, ganha), os organizadores quiseram chamar a atenção das instituições financeiras sobre a importância de escolherem parceiros comerciais comprometidos em desenvolverem, na prática, os conceitos de sustentabilidade.

A visibilidade sobre as ações da agenda ESG está crescendo de forma acelerada e uma prova disso são as estimativas de movimentação financeira. Uma pesquisa realizada pela consultoria Bloomberg aponta que projetos com esse enfoque devem atrair 53 trilhões de dólares, até 2025.

A coordenadora da pós-graduação em Avaliação de Impactos Ambientais e Processos de Licenciamento Ambiental do Senac EAD, Silvia Fazzolari Correa, analisa os fatores que podem contribuir para maior adesão das práticas ambientais, sociais e de governança.

“A maior visibilidade do ESG deve-se aos recentes relatórios sobre os efeitos negativos da atuação humana sobre os recursos naturais, que resultam acentuadamente na crise climática que está se estabelecendo. Além disso, amplia-se o conhecimento sobre as desigualdades sociais da população e os variados exemplos de má gestão e corrupção em diversas organizações”, observa.

Para alcançar os objetivos propostos, será necessário esclarecer os investidores sobre a importância de aplicarem recursos em empresas que mostrarem uma atuação correta, preferencialmente proativa e envolvida na melhoria dos aspectos socioambientais das localidades onde atuam, acrescenta a professora.

Papel da comunicação no ESG

Ainda que o ESG esteja pautando a mídia internacional, o conhecimento sobre o tema precisa ser aprofundado dentro das organizações. Nesse sentido, é fundamental que a comunicação interna seja implementada com canais institucionais objetivos e transparentes, detalhando a importância da adesão e cooperação dos funcionários.

Do mesmo modo, a comunicação externa deve ser clara nas mensagens e compartilhadas com parceiros da cadeia de produção e com as comunidades envolvidas. Sobre este cenário, Silvia pontua: “a comunicação pode não ser tão fácil, em razão da maior distância entre os stakeholders e os líderes da organização. No entanto, sem interação, o estabelecimento de ações no contexto do ESG pode ficar vazio de significância se os interessados externos não compreenderem as intenções da empresa”.

Uma observação feita pela especialista do Senac EAD é de que, nos casos de comunicação com acionistas e público em geral, o formato mais efetivo ainda é o relatório de sustentabilidade.

“Esses documentos precisam explicar de forma resumida os objetivos e os métodos empregados para alcançarem as propostas. Devem constar ainda as metas e indicadores adotados, pois, com essa régua básica é que se consegue compreender os efeitos e a adequação dos investimentos realizados pela empresa”, reforça.

Dúvidas e desafios das organizações

Considerando a complexidade de adequar os processos ambientais, sociais e de governança em diferentes setores econômicos, muitas dúvidas ainda norteiam as equipes gestoras. Por esse motivo, é preciso ter entendimento claro de todos os processos internos, bem como da dinâmica das operações.

“É essencial que a empresa passe a conhecer com mais clareza sua influência no ambiente natural, assim como nas pessoas indiretamente ligadas a ela. Somente dessa forma pode-se planejar e implementar ações que ultrapassem a filantropia e que se consolidem como promotoras do desenvolvimento sustentável”, observa a professora.

Vale lembrar que os resultados mais efetivos na implementação de políticas e ações no contexto ESG são aqueles focados nos 17 Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS), já que possibilitarão melhor uso dos recursos naturais e maior qualidade de vida para a população mundial.

“Em âmbito mais restrito, as empresas podem receber mais investimentos de fundos com esse foco e crescer em suas áreas de atuação. De outro lado, em tal direcionamento, as possibilidades de ocorrerem não conformidades ou mesmo acidentes diminuem significativamente, reduzindo ainda a possibilidade de multas e indenizações”, argumenta Silvia.

Como se preparar para o cenário ESG?

Pensando no ciclo completo de responsabilidades para o desenvolvimento sustentável, as ações se iniciam quando é desenvolvido o planejamento para o estabelecimento de uma empresa em determinado local. Para tanto, em muitos países, inclusive no Brasil, existem diferentes processos de licenciamento ambiental.

Em todos os cenários, é feita a previsão dos impactos das etapas de implantação e operação do empreendimento, analisando sua viabilidade socioambiental, como coloca a especialização em Avaliação de Impactos Ambientais e Processos de Licenciamento do Senac EAD.

Durante o funcionamento regular, a organização pode adotar sistemas de gestão que auxiliam a gerência em diferentes aspectos dos processos de produção. Esses sistemas estabelecem requisitos para ações que devem ser atendidos para alcançarem muitos dos preceitos associados ao ESG, como recomenda a pós-graduação em Sistemas de Gestão Integrados da Qualidade, Meio Ambiente, Segurança e Saúde e Responsabilidade Social (SGI).

No momento do encerramento das atividades, mantendo a política de respeito e melhor conduta quanto ao meio ambiente, é necessário que as condições naturais sejam revertidas para a melhor opção de conservação ou novo uso e ocupação, procedimento que é detalhado no curso de Recuperação de Áreas Degradadas.

Por fim, a especialista do Senac EAD, reforça a importância de estar preparado para atuar nesse mercado promissor e que exigirá conhecimentos e competências técnicas e humanas.

“Considerando os benefícios que as empresas almejam com a adoção das diretivas para o ESG, sejam financeiros ou de imagem, os primeiros passos são conhecer profundamente seus pontos fortes e fracos, tanto no contexto interno quanto externo. A partir daí, é possível delinear as políticas mais adequadas e que nortearão as discussões dos objetivos pretendidos e as ações mais eficazes para alcançá-los”, conclui a educadora.

Pós-graduação com inscrições abertas

Os cursos de especialização do Senac EAD, com enfoque nas práticas de ESG, somam 12 meses de duração e estão com inscrições abertas até 24 de julho. Além disso, o portfólio conta com opções nas seguintes áreas: artes, comunicação, comércio, educação, gastronomia, gestão, meio ambiente, produção de alimentos, saúde, segurança e tecnologia da informação. Acesse a página e confira os detalhes.

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