O Brasil bateu recorde na instalação de energia solar em um único ano em 2024. Segundo dados da ABSOLAR, foram implantados 14,3 gigawatts (GW) em plantas fotovoltaicas no ano passado. Com isso, desde 2012, quando as primeiras usinas foram instaladas no país, o Brasil soma 52,2 GW de capacidade instalada da fonte solar. As informações são do ClimaInfo.
O avanço superou as expectativas da entidade, que projetava um incremento de 9,3 GW em 2024. Antes, o ano que apresentou a maior evolução foi 2023, com 12,5 GW instalados, detalha a CNN. Do total implantado no ano passado, 8,7 GW foram de centrais de geração distribuída (GD) – quando a eletricidade é produzida pelo próprio consumidor – e 5,7 GW de geração centralizada, de grandes usinas contratadas em leilões governamentais, informa o Valor. Segundo a ABSOLAR, o incremento reflete o avanço de 30% nos investimentos realizados no ano passado frente a 2023, que totalizaram R$ 55 bilhões.
Pelos cálculos da associação, o Brasil possui mais de 3,1 milhões de sistemas solares fotovoltaicos conectados à rede em operação. Esse montante beneficia 4,6 milhões de unidades consumidoras, já que a energia gerada em um sistema pode atender a mais de um ponto, por meio de créditos gerados na rede, explica o Jornal do Comércio.
Em tempo 1: o Banco do Nordeste vai disponibilizar neste ano R$ 200 milhões em crédito para compra e instalação de equipamentos de geração solar fotovoltaica para residências. Os recursos sairão da linha FNE Sol Pessoa Física. O volume é 27% maior do que os R$ 158 milhões contratados em 2024, informam Agência Gov e Brasil 247.
Segundo o superintendente de Micro e Pequena Empresa e Pessoa Física do BNB, Lívio Tonyatt, o aumento na oferta de crédito reflete a demanda crescente por recursos. Em 2023, houve cerca de cinco mil contratações. Já ano passado, houve mais de seis mil.
Em tempo 2: nem tudo é positivo na expansão da fonte solar no Brasil. No Complexo Solar Santa Eugênia, nos municípios de Uibaí e Ibipeba, no interior da Bahia, moradores e parlamentares reclamam que as obras apresentam irregularidades, aumentam o desmatamento da Caatinga e contribuem ainda mais para o processo de desertificação da região, destaca o GGN. A norueguesa Statkraft, responsável pelo empreendimento, teve a licença suspensa por irregularidades ambientais, mas conseguiu autorização para manter obras enquanto não apresenta novos dados técnicos. Entre outros problemas, a empresa não consultou previamente comunidades quilombolas atingidas pelo projeto, como determina a Convenção 169 da Organização Internacional do Trabalho (OIT).