Uma pesquisa divulgada na terça-feira, 25 de maio, pela Coalizão Brasil, Clima, Florestas e Agricultura, revela que 90% dos executivos brasileiros utilizam dados de desmatamento ao tomar decisões nos negócios.
O estudo ouviu representantes de 60 diferentes organizações que lidam diretamente com o tema no setor privado, entre corporações agroindustriais e florestais, consultorias especializadas que atendem empresas desses setores, instituições financeiras, institutos de pesquisa, órgãos governamentais e não governamentais, de acordo com a Coalizão.
O movimento é formado por mais de 280 representantes do agronegócio, setor financeiro, sociedade civil e academia.
9 passos para monitorar o risco de desmatamento nas empresas
A pesquisa revelou também que a maior parte da consulta dos dados de desmatamento é feita para implantação de novos negócios ou operações (64%), monitoramento de fornecedores (36%), monitoramento das áreas produtivas de propriedade da empresa (25%), avaliação de risco de crédito (23%) e monitoramento da carteira de crédito (20%).
Periodicidade
Um a cada quatro executivos (24%) que responderam o levantamento afirmou que utiliza os dados sobre desmatamento diariamente e outros 25% disseram que recorrem mensalmente aos dados, conforme dados da Coalizão. Sobre as fontes de dados, 58% dos participantes disseram que utilizam informações de órgãos oficiais como as produzidas pelo Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe).
“Esse resultado mostra que o desmatamento deixou de ser apenas um ponto de atenção para se tornar um balizador de decisões de negócio dentro de uma importante fatia do setor agroindustrial e florestal no Brasil”, destaca a líder da Força-Tarefa Dados de Desmatamento da Coalizão Brasil, Paula Bernasconi.
As dificuldades encontradas pelas empresas no uso desses dados também foram abordadas no levantamento. As mais citadas pelos executivos foram:
- a ausência de informações para verificar a legalidade do desmatamento;
- a dificuldade do cruzamento de dados de desmatamento com outras informações, como dados de atividades produtivas específicas ou de financiamento bancário;
- e o desafio de obter informações sobre o ocupante (CPF/CNPJ) das áreas com desmatamento.