A grande maioria dos empresários brasileiros (95%) considera importantes a redução de emissão de gás carbônico (CO2) e os esforços contra o desmatamento e/ou geração de energia limpa.
O dado consta do estudo semestral International Business Report (IBR), divulgado recentemente pela Grant Thornton. Segundo a pesquisa, 54% pretendem investir em novos projetos já identificados no plano estratégico da empresa; 39% em desenvolvimento de um plano estratégico com abordagem ESG, e 32% estão buscando investimentos nesses temas por meio de startups.
O alto custo da energia elétrica, que é relevante para 87% das empresas, também impulsiona os planos de investir em projetos ou aquisições de energia renovável. Para 83%, a melhor alternativa de investimento é a energia solar, enquanto 23% devem investir em energia eólica, e 14% em bioeletricidade.
Dentro das práticas ESG, a prioridade para os empresários brasileiros é o pilar Ambiental – preservação e recuperação do meio ambiente (47%), seguido pelo Social – planos de inclusão, diversidade, projetos envolvendo a comunidade (29%) e pelo pilar de Governança – transparência nos processos, objetividade nos fluxos de informação, desenvolvimento sustentável (16%).
Redução de custos e inovação
A pesquisa buscou saber também quais outros temas estão entre as prioridades na agenda das empresas em 2022. Para 68% dos entrevistados, a redução de custos é a maior prioridade, enquanto a inovação é a área que deve receber maior atenção de 55% das empresas. O treinamento das equipes também teve destaque, com 49% de escolha dos empresários, seguido por desenvolvimento de novos produtos (46%), ESG (27%) e financiamento (captação de crédito), que é prioridade para 25%.
Daniele Barreto e Silva, líder de Sustentabilidade da Grant Thornton Brasil, avalia que há um movimento global crescente em busca de sustentabilidade e as empresas brasileiras não fogem dessa tendência, como demonstram os resultados da pesquisa.
Compliance e reputação
No entanto, o principal motivador da sustentabilidade na agenda de decisão executiva, na grande maioria das organizações, ainda está relacionado à redução de custos, como no caso da energia elétrica, por exemplo, e à pressão por compliance e questões ligadas aos riscos de reputação.
“É preciso avançar além da agenda reativa. As empresas brasileiras ampliaram seu olhar para os aspectos ESG, mas ainda há lacunas importantes a serem preenchidas. Os aspectos sociais, assim como os ambientais, precisam amadurecer de forma mais efetiva, pois a sociedade e os investidores estão cada vez mais atentos a identificar as empresas que estão realmente comprometidas e possuem práticas concretas de sustentabilidade”, conclui.