O Dia Mundial da Energia é lembrado neste domingo, 29 de maio. O objetivo da data, criada em 1981, é conscientizar a população sobre a importância do uso de energias renováveis e uma oportunidade de refletir sobre como podemos economizar a energia do dia-a-dia, tanto das residências, como no comércio, indústria e iluminação pública.
Segundo um relatório elaborado pela Agência Internacional de Energia (IEA), Agência Internacional de Energia Renovável (Irena), Departamento de Assuntos Econômicos e Sociais da ONU (UN DESA), Banco Mundial e Organização Mundial da Saúde (OMS), aproximadamente 759 milhões de pessoas ainda vivem sem eletricidade no mundo.
Energia elétrica e gases poluentes: qual é a relação?
“Trata-se de um número alarmante. Ainda mais se considerarmos que nos últimos 50 anos, o consumo mundial de energia mais que duplicou. O acesso à eletricidade é propulsora de investimentos, inovações e desenvolvimento da sociedade, uma vez que traz inúmeros benefícios como a segurança para as cidades, a oferta de serviços essenciais e o desenvolvimento de empresas”, afirma Bruno Herbert, presidente da Associação Brasileira das Empresas de Serviços de Conservação de Energia (Abesco).
Tão fundamental quanto ter acesso, é o ato de preservar e usufruir da energia de maneira consciente. “Quando dizemos usar de maneira consciente a energia, não estamos falando apenas em pouparmos energia, mas de promovermos o uso eficiente da energia elétrica em todos os setores, maximizando os benefícios da economia”, explica o presidente da Abesco.
Os objetivos da chamada eficiência energética são: gerar a mesma quantidade de energia consumindo menos recursos naturais; e obter o mesmo desempenho de um aparelho (seja residencial ou industrial) com um menor gasto de energia. Assim, pode-se definir eficiência energética como o uso racional e inteligente de energia, com o objetivo de realizar os mesmos processos, utilizando menos recursos.
Desperdício de energia
“Não existe progresso, desenvolvimento e conforto para a sociedade sem a utilização de energia elétrica, e este consumo precisa ser racional e eficiente. A eficiência energética, além de poupar os recursos naturais, evita que sejam necessários investimentos bilionários na geração e distribuição e que haja uma tarifa cada vez mais cara para o consumidor”, afirma Bruno Herbert.
Entre 2015 e 2017, o Brasil teve um desperdício energético de mais de R$ 60 bilhões. Valor que seria suficiente para a construção de 240 hospitais. “O uso racional da energia elétrica tem um papel muito importante para a matriz energética brasileira, principalmente em períodos de escassez hídrica, pois esta diminuição do consumo permite que os reservatórios das hidrelétricas sejam menos utilizados para a geração de energia. Nestes períodos, geralmente as termoelétricas são acionadas de forma que as bandeiras tarifárias entram em vigor para cobrir os custos deste tipo de geração de emergência, afetando a nossa economia”, salienta Bruno Herbert.
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Uma das saídas apontadas pelo presidente da Abesco para uma maior implementação e uso da eficiência energética é a modernização dos equipamentos e a veiculação de mais informações à população. “Precisamos atualizar e modernizar os equipamentos utilizados na indústria, comércio e em nossas residências, assim como deixar tudo mais claro para a população. Ela precisa compreender que pode reduzir o consumo sem abrir mão do conforto em sua residência. Na indústria e comércio não é diferente, com eficiência é possível produzir mais, consumindo a menor quantidade de energia possível.”
Para isso, Bruno Herbert reforça a importância das empresas conhecidas como ESCOs (Energy Services Company) – Empresas de Engenharia, especializada em Serviços de Conservação de Energia e em promover a eficiência energética e de consumo de água.
“Cabe lembrar que as ESCOs são especializadas em promover a eficiência energética em todo tipo de instalações, inclusive em residências. Os investimentos podem ser baixos se comparados a outros investimentos como, por exemplo, o investimento em energia solar. Os benefícios são inúmeros e temos que colocá-los em pauta”, finaliza o presidente da Abesco, Bruno Herbert.