Eco Nordeste celebra quatro anos com transição para instituto

Para coroar todas as conquistas, neste ano de 2022, a agência deu um importante passo, ao se formalizar como Instituto Eco Nordeste/Foto: Associação Caatinga

Com a proposta de dar visibilidade e incentivar o desenvolvimento sustentável na região Nordeste do Brasil, por meio do Jornalismo de Soluções, independente, colaborativo e propositivo, nasceu, em 16 de novembro de 2018, em Fortaleza, no Ceará, a agência de conteúdo Eco Nordeste.

Nestes quatro anos, o veículo veio se consolidando e se tornando referência com a produção e publicação de mais de 1.200 notícias, 80 webstories, além de podcasts e postagens feitas nas redes sociais. Ganhou prêmios importantes como 1º lugar na categoria Webjornalismo, da 2ª edição do Prêmio MPCE de Jornalismo e o 2º lugar, na categoria Internet, do Prêmio Semear Internacional de Jornalismo – Edição 2020/2021.

Para coroar todas as conquistas, neste ano de 2022, a agência deu um importante passo, ao se formalizar como Instituto Eco Nordeste, em assembleia, no dia 10 de maio de 2022. O processo de legalização foi apoiado financeiramente pela Marco Zero Conteúdo com recursos de projeto de criação e fortalecimento da rede de organizações de mídia independente do Nordeste.

“A transição é um marco institucional muito importante para a nossa trajetória. Um avanço que contribuirá para profissionalizar a entidade e mobilizar capital financeiro e humano. Fatores estes fundamentais para que a Eco Nordeste siga fortalecendo uma nova consciência coletiva sobre o desenvolvimento sustentável na região”, avalia a jornalista Maristela Crispim, idealizadora e editora-chefe da Eco Nordeste – Agência de Conteúdo e diretora-executiva do Instituto Eco Nordeste.

Formado por mulheres de diferentes etnias, orientação sexual e faixa etária, o Instituto nasce como uma das principais conquistas da Eco Nordeste em meio aos tantos desafios enfrentados ao longo destes quatro anos, dentre os quais a pandemia da Covid-19, o desmonte ambiental e ataques a jornalistas.

Durante todo este período o trabalho da equipe que hoje está presente, não só no Ceará, mas também na Bahia, Maranhão, Paraíba e Pernambuco, além de correspondentes na Áustria e Espanha, esteve focado no desenvolvimento de ações propositivas, sempre considerando os eixos ambiental, social, econômico e cultural; com base na ciência, inclusão e equidade.

Maristela Crispim reforça que a Eco Nordeste traçou um longo caminho nesses quatro anos: “ouviu muito, foi conhecendo melhor o terreno, fez parcerias, se juntou a organizações semelhantes, foi cofundadora da Ajor (Associação de Jornalismo Digital), tem ocupado espaços, sido ouvida e agora, com a criação do Instituto Eco Nordeste, assume também um papel que é sua vocação desde o começo.”

Sobre o diferencial da iniciativa e perspectivas para o próximo ano, frisa que “não somos apenas um site de notícias, somos uma agência de conteúdo com o propósito de contribuir para o desenvolvimento sustentável no Nordeste. Como Instituto, pretendemos desenvolver mais projetos socioculturais e contribuir para a formação do jornalismo ambiental na nossa região, entre outros propósitos. O ano de 2023 vai chegar cheio de novas possibilidades”.

Parcerias pavimentaram o caminho para nova etapa

Em 2022, a Eco Nordeste estabeleceu com o Instituto ClimaInfo uma parceria que rendeu muitos frutos. Primeiro, produziu uma série de quatro reportagens que abordam os impactos socioambientais causados por termelétricas fósseis nos estados do Maranhão, Sergipe e Ceará.

Em narrativas construídas sob a perspectiva de comunidades tradicionais impactadas, autoridades, ativistas e pesquisadores que se dedicam ao tema, a série trouxe à tona o que há por trás do funcionamento de geradoras de energia movidas a combustíveis fósseis e o lado não contado do desenvolvimento prometido por esses empreendimentos.

Em seguida, fez a cobertura da Caravana Nordeste Potência, entre 29 de agosto e 9 de setembro, que percorreu 2.830 quilômetros, por diversos municípios de Alagoas, Bahia e Pernambuco, ouviu populações tradicionais, pesquisadores e outros atores que ajudam a compreender o processo de construção do que hoje é a Bacia do Baixo e Submédio São Francisco e como a região pode se desenvolver de forma menos impactante, ao considerar seus potenciais e tudo que foi feito até aqui, um alerta para os candidatos aos governos da região e de todo o País.

O resultado foi uma série de seis reportagens especiais. O objetivo foi contribuir para a divulgação do Plano Nordeste Potência, que preconiza o desenvolvimento verde, com a recuperação do passivo socioambiental e a ampliação das fontes de energia renovável de forma justa e inclusiva na Bacia do Baixo São Francisco e no restante do Nordeste.

Aprovação em editais validam missão

A Eco Nordeste é uma das 450 organizações selecionadas pelo Google News Initiative, em 52 países, para o Fundo de Equidade para o Jornalismo (News Equity Fund), um compromisso global para fornecer suporte financeiro e oportunidades para organizações de notícias que atendem principalmente comunidades sub-representadas. “O resultado da contemplação por este edital chegou no último dia 15 de novembro, reforçando em nós a certeza de que estamos trilhando o caminho ao qual temos nos proposto desde o início deste projeto”, afirma Maristela.

Em 2021 a Eco Nordeste também integrou dois dos projetos selecionados, na América Latina, pelo Google News Initiative Innovation Challenge: “Acessibilidade jornalística: um problema que ninguém vê”, com a Universidade Católica de Pernambuco (Unicap), Marco Zero Conteúdo (PE), Diadorim (PE), Mídia Caeté (AL), Olhos Jornalismo (AL), Retruco (PE), Revista Afirmativa (BA), Saiba Mais (RN) e Cajueira (NE); e “Diário do Clima”, com a Agência Envolverde, ClimaInfo, #Colabora, InfoAmazonia, ((o)) eco, Open Knowledge Brasil e Política por Inteiro.

Também em 2021, entre 52 propostas de reportagens inscritas, a Eco Nordeste foi uma das cinco selecionadas pelo Edital Conexão Oceano de Comunicação Ambiental – 2021, da Fundação Grupo Boticário de Proteção à Natureza com a Comissão Oceanográfica Intergovernamental da Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco), por meio de trabalho inscrito pelas colaboradoras Adriana Pimentel e Marília Camelo.

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