Nesta quarta-feira, 21 de setembro, é lembrado o Dia da Árvore.
Desde criança aprendemos na escola que as árvores são essenciais ao meio ambiente, ao equilíbrio do planeta e, portanto, à vida. Os motivos são diversos, desde a captura do gás carbônico e a liberação de oxigênio, ao abrigo de animais silvestres, passando pela regulação do clima e da água. Mas, ainda assim, com toda essa importância, a cobertura vegetal mundial vem diminuindo consideravelmente a cada ano.
Aqui no Brasil, por exemplo, entre janeiro a julho deste ano perdemos mais de 4 mil km² de Cerrado e mais de 5 mil km² da floresta amazônica, segundo dados do sistema de Detecção de Desmatamento em Tempo Real (Deter) do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe).
Década para a Restauração de Ecossistemas: “É hora de unir esforços”
As perdas representam aumentos de 28% e 7%, respectivamente, em relação ao mesmo período do ano passado. Já em relação à Mata Atlântica, os dados da Fundação SOS Mata Atlântica mostram uma perda de 216 km² entre 2020 e 2022.
Os números são preocupantes e nos mostram que medidas que contenham os avanços dos desmatamentos são urgentes e necessárias. O Código Florestal brasileiro, que completou uma década neste ano, traz dispositivos que protegem o remanescente florestal, no entanto, ainda temos um passivo de 210 mil km² que devem ser restaurados para estarmos em conformidade com a Lei. Isso sem falar das metas climáticas que o governo brasileiro se comprometeu para 2030, que são 120 mil km².
De acordo com o Líder da estratégia de restauração florestal para América Latina da The Nature Conservancy (TNC), Rubens Benini, essa iniciativa aparentemente simples é de extrema importância para o planeta.
“Temos no Brasil uma oportunidade de acelerar essa importante agenda de restauração, para que os imóveis rurais cumpram a legislação florestal, ao mesmo tempo em que garantam os serviços ambientais essenciais para a manutenção da vida, como a produção de água, a manutenção da biodiversidade e o combate às mudanças climáticas”, destaca Benini.
Se, por um lado, conservar o remanescente é fundamental, por outro, restaurar áreas já degradadas também é importante. Não à toa, a ONU instituiu essa como a Década de Restauração de Ecossistemas, cujo o objetivo é justamente deter a degradação dos ecossistemas e restaurá-los, pois, somente com ecossistemas saudáveis podemos melhorar a subsistência das pessoas, combater as mudanças climáticas e deter o colapso da biodiversidade.
Vale lembrar, que além dos ganhos ambientais, a restauração florestal tem um potencial de geração de empregos importante. No Brasil, ela tem capacidade de gerar um emprego a cada 0,02 km² restaurado.
A conclusão consta de um estudo realizado pela Sociedade Brasileira de Restauração Ecológica (Sobre), Pacto pela Restauração da Mata Atlântica, Aliança Pela Restauração na Amazônia e Coalizão Brasil, Clima, Floresta e Agricultura, com apoio de importantes instituições da agenda de restauração do Brasil, como a TNC e o Brasile World Resources Institute (WRI) Brasil.
Os vencedores da Olimpíada Brasileira de Restauração de Ecossistemas
Restaura Brasil
Alinhada com esse objetivo, a TNC Brasil mantém a campanha como uma oportunidade para mobilizar pessoas e empresas em prol da contribuição com a recuperação florestal no país. O objetivo é criar um movimento em que todos possam participar e contribuir para a recuperação de áreas desmatadas na Amazônia, Cerrado e Mata Atlântica.
Para contribuir, basta acessar o site da campanha, escolher a forma de doação e onde quer plantar a árvore. Empresas também podem participar, firmando parceria diretamente com a TNC e tendo acesso a uma plataforma online, que permite criar campanhas de doação com seus colaboradores, rede de fornecedores e consumidores. As doações para pessoa física são a partir de R$ 25 e podem ser feitas por boleto bancário, cartão de crédito ou PIX. Qualquer pessoa pode participar.
Lançada em 2018, a campanha tem a meta de plantar um bilhão de árvores e, assim, contribuir com a restauração de mais de 4 mil km² de áreas degradas. Até o momento, foram restauradas mais de 265 milhões de árvores, o que representa mais de mil km².