O desperdício de alimentos é um problema global que afeta a segurança alimentar dos brasileiros, o meio ambiente e a economia. O processo de produção dos alimentos, no Brasil, é responsável pelo desperdício de 26 milhões toneladas de alimentos por ano, equivalente a 35% do que é produzido, segundo dados da pesquisa Perdas e desperdícios de alimentos: causas principais, realizada pelo Instituto BRF e Fundação José Luiz.
No Brasil, o processo de produção dos alimentos é responsável pelo desperdício de 26 milhões de toneladas de alimentos por ano. Segundo a pesquisa realizada pelo instituto BRF junto a Fundação José Luiz, esse valor é equivalente a 35% do que é produzido. As perdas ocorrem em várias etapas da cadeia de produção e consumo, desde a produção até o varejo. O compromisso do Brasil com a segurança alimentar envolve a redução desses desperdícios, com ações como o desenvolvimento de soluções tecnológicas, políticas públicas robustas alinhadas à economia circular e ações de educação para mudança comportamental.
Gustavo Loiola, professor e especialista em ESG, afirma que o Brasil debate há algum tempo a possibilidade sobre essa temática. Desde doações de sobras de restaurantes e mercados, até o olhar para o pequeno agricultor, onde o ciclo de entrega, consumo e distribuição é mais rápido, reduzindo assim as perdas.
O país vem atuando de forma intersetorial neste tema, envolvendo não apenas a agricultura, mas também logística, infraestrutura, educação, meio ambiente, em uma abordagem integrada. “Iniciativas como bancos de alimentos e restaurantes populares têm sido algumas das formas encontradas para reduzir o desperdício. É por esse caminho multidimensional que o Brasil tem buscado avançar no enfrentamento deste desafio”, explica Gustavo.
Para Renata Gonçalves, presidente e diretora do GoodTruck Brasil, ONG que atua no combate ao desperdício de alimentos e distribui para comunidades vulnerabilizadas, “o compromisso do Brasil com a segurança alimentar envolve a redução desses desperdícios “, afirma. Para isso, são necessárias ações diversas coordenadas em várias frentes, Renata cita duas em que o projeto atua.
Educação e Conscientização
“Conscientizar produtores, varejistas e consumidores sobre a importância de evitar o desperdício é fundamental”, afirma Renata. Além disso, campanhas educativas são essenciais na mudança de comportamento. A diretora cita o projeto ‘Saberes e Sabores’. “Esse programa de educação nutricional promove ensinamentos sobre uma alimentação saudável e equilibrada, melhorando a qualidade de vida das famílias atendidas e prevenindo doenças crônicas não transmissíveis, como obesidade, desnutrição e diabetes”, destaca a especialista. Por meio de estratégias educativas bem direcionadas, o programa capacita as pessoas a fazerem escolhas alimentares mais saudáveis e fornece orientações sobre uma dieta equilibrada junto a redução do desperdício e reaproveitamento de alimentos.
Economia Circular
“Utilizar os princípios de economia circular, onde os resíduos são diminuídos e os recursos reutilizados, está na base da pirâmide no combate ao desperdício de alimentos”, comenta Renata Gonçalves. Iniciativas como o Projeto Logística do Bem, do GoodTruck Brasil, recolhem alimentos não vendidos em supermercados e os destinam a comunidades vulneráveis, evitando que toneladas de comida parem no lixo.
A ONG destina alimentos saudáveis e nutritivos que seriam descartados pelo comércio e indústria para aqueles que necessitam. A entrega é realizada em parceria com lideranças comunitárias e associações de moradores. O GoodTruck atua em seis cidades brasileiras: São Paulo (SP), Campinas (SP), Juiz de Fora (MG), Belo Horizonte (MG), Curitiba (PR) e Duque de Caxias (RJ).