A Década dos Oceanos (2021-2030)

Década dos Oceanos pode contribuir para o aumento da biodiversidade/Foto: br.freepik.com_LuqueStock_b10a95e6bd

Talvez você ainda não saiba, mas cerca de 3 bilhões de pessoas (quase metade da população mundial) dependem diretamente da biodiversidade marinha e costeira para sobreviver, de acordo com dados das Nações Unidas. Ao mesmo tempo, áreas costeiras que abrigam 300 milhões de indivíduos estão ameaçadas pela elevação do nível do mar, devido à emergência climática.

Estas são algumas das principais razões que fizeram com que a ONU declarasse, em dezembro de 2017, que o período entre 2021 e 2030 fosse estabelecido como a Década das Nações Unidas da Ciência dos Oceanos para o Desenvolvimento Sustentável.

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O tema é tão relevante que, antes disso, em 2015, o mundo já havia incluído a conservação e o uso sustentável dos oceanos, mares e recursos marinhos como um dos 17 Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS14), cujo cumprimento deve ser alcançado pelos países signatários da ONU, até no máximo, daqui a nove anos.

“A Década das Nações Unidas da Ciência dos Oceanos para o Desenvolvimento Sustentável é uma oportunidade única de envolver a comunidade científica dos oceanos na realização dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável, nos âmbitos global, regional e localmente” – Vladimir Ryabinin, secretário-executivo da Comissão Oceanográfica Intergovernamental e diretor-geral-adjunto da Unesco.

Pesquisa oceânica

De acordo com o segundo Relatório Mundial sobre a Ciência Oceânica (Global Ocean Science Report 2020), publicado pela Comissão Oceanográfica Intergovernamental (COI) da Unesco, os Estados-membros gastam, em média, apenas 1,7% de seus orçamentos de pesquisa em ciências oceânicas.

Ao absorver cerca de um terço das emissões de dióxido de carbono (CO2) do mundo, os oceanos desempenham um papel decisivo na regulação do clima. Como fonte de vida, eles são, portanto, essenciais para o próprio destino da humanidade. É por essa razão que, há muito tempo, os oceanos desempenham um papel central na cooperação internacional.

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Objetivos da Década

Com o estabelecimento da Década das Nações Unidas da Ciência dos Oceanos para o Desenvolvimento Sustentável, a COI projeta “desenvolver o conhecimento científico, construir infraestruturas e promover parcerias para um oceano sustentável e saudável”, no intuito de que seja: Limpo; Seguro; Saudável e resiliente; Produtivo e explorado sustentavelmente; Previsível; Transparente; Conhecido e valorizado.

No Brasil, a condução central da “Década” é do Programa Ciência no Mar, do Ministério de Ciência, Tecnologia e Inovações (MCTI). O MCTI é o representante científico na COI/Unesco, sendo responsável por coordenar a agenda. Em 2019 (presencialmente) e 2020 (virtualmente), o MCTI realizou uma série de atividades preparatórias, como oficinas nacionais e regionais, as quais contaram com a Marinha do Brasil como partícipe nessas articulações.

Plataforma continental

“Nos dias atuais, além de ser um elemento de conexão entre os povos, o mar é também uma fonte de recursos naturais. Nesse ínterim, podemos ressaltar todo o esforço que foi feito pela Marinha no levantamento de dados de nossa plataforma continental”, observa o Vice-Almirante Humberto Caldas da Silveira Junior, comandante do 2º Distrito Naval.

“Da mesma forma que nossos ancestrais bandeirantes fizeram com nossa Amazônia verde, ao final do século 20 e no início do século atual, nossos marinheiros ‘desbravaram’ o leito da nossa Amazônia Azul, garantindo o direito de exploração dos recursos existentes em nossa plataforma continental, mesmo aqueles ainda não descobertos”, compara o oficial da Marinha.

(Via Estúdio CORREIO)

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