Após quase uma década desativada, a Associação Agroextrativista Aripuanã-Guariba (Asaga), em Apuí-AM, aos poucos se reestrutura para retomar suas atividades a pleno vapor, focada no controle de qualidade e preços mais justos na cadeia de óleo de copaíba.
Auxiliada pelo Instituto de Conservação e Desenvolvimento Sustentável da Amazônia (Idesam), a reativação da associação é uma conquista fruto do esforço das famílias extrativistas apoiadas pelo projeto, que busca novas parcerias comerciais para alavancar o beneficiamento e comercialização de óleos amazônicos da região.
Com essa nova etapa de reestruturação da associação, importantes conquistas já foram possíveis, como a assinatura de um contrato de fornecimento de 3,8 toneladas de óleo de copaíba para uma empresa do ramo de cosméticos, além de prospectar outras oportunidades de exploração de produtos como buriti, patauá, açaí e breu.
De acordo com o técnico do projeto do Idesam, Raylton Pereira, até então, a produção das famílias era vendida para atravessadores locais que pagavam preço muito abaixo do mercado. Além de conseguir contratos com preço fixo, o Idesam buscou meios necessários para a reativação da associação e viabilizou as discussões com os comunitários através das reuniões.
Valorização
Pereira afirma que apesar de a figura do atravessador ainda ser presente no segmento local, a associação conseguiu valorizar em mais de 40% o preço pago por quilo do óleo de copaíba, o que representa um aumento na renda per capta dos moradores do assentamento e benefícios para as comunidades por meio do arrendamento social. “Essas comunidades estão distantes da sede do município, não possuem escola, posto de saúde, o acesso é pelos rios Aripuanã e Guariba e não possuem estrutura comunitária dentro dessas comunidades. Existe bastante procura por óleo de copaíba por outros compradores”, afirma Pereira.
A coordenadora de projeto da unidade do Idesam em Apuí, Aparecida Sardinha, aponta ainda que apesar de existir um alto potencial produtivo de óleo de copaíba no PAE Aripuanã-Guariba, as áreas de extração estão cada vez mais distantes das comunidades, elevando assim o custo de produção. Sardinha e o time de técnicos que atua diretamente com as famílias extrativistas buscam justamente minimizar esses gargalos, em um trabalho que inclui incentivar as boas práticas na extração do óleo e estratégias de redução dos custos na produção.
Atualmente são beneficiadas com esse projeto 11 famílias em cinco comunidades pertencentes ao Projeto de Assentamento (PAE) Aripuanã-Guariba, com participação ativa de jovens e mulheres. A organização do setor ainda precisa enfrentar alguns desafios estruturais em relação à copaíba para evitar a dissolução da associação novamente, como a melhoria na padronização da produção, custo de produção e empoderamento social das lideranças locais.
(Via Idesam)