Colab e ONU-Habitat fazem segunda consulta sobre condições de vida nas cidades brasileiras

Gustavo Maia, CEO do Colab, fala em painel da 1ª Assembleia do ONU-Habitat no Quênia, ao lado de Marina Klemensiewicz, Secretária de Infraestrutura Urbana da Argentina, e Claudio Acioly, chefe de Capacitação do ONU-Habitat

Brasileiros de todos os cantos do país estão convidados a participar da segunda edição da consulta pública Cidades Sustentáveis para fazer um diagnóstico do avanço do Brasil nas metas de desenvolvimento urbano sustentável da Organização das Nações Unidas (ONU).

A consulta é uma parceria entre ONU-Habitat, o Programa das Nações Unidas para os Assentamentos Humanos, e Colab, startup de inovação em gestão pública que conecta cidadãos a prefeituras. As 30 questões de múltipla escolha medem a percepção dos brasileiros sobre como suas cidades estão avançando no Objetivo de Desenvolvimento Sustentável 11 (ODS 11) da ONU, que busca tornar as cidades e os assentamentos humanos inclusivos, seguros, resilientes e sustentáveis.

A ONU tem 17 ODS com metas para serem alcançadas até 2030, para que todos os países sigam um caminho sustentável. Esse plano de ação conjunta e global é conhecido como Agenda 2030. Colab e ONU-Habitat vão realizar a consulta todos os anos até 2030, para avaliar como o Brasil está evoluindo no quesito do desenvolvimento urbano sustentável. Hoje, mais da metade da população mundial vive em áreas urbanas. No Brasil essa parcela é de 85%.

Para responder à consulta, basta entrar em www.colab.re ou baixar o aplicativo Colab. As perguntas abordam temas do dia a dia, como acesso a transporte urbano e serviços básicos, condições de moradia, espaços públicos, poluição do ar e transparência.

Livro com resultados

Quase 10 mil brasileiros participaram da primeira edição, realizada entre outubro de 2018 e fevereiro deste ano. Os resultados foram publicados em um livro, que foi lançado pelo CEO do Colab, Gustavo Maia, na 1ª Assembleia do ONU-Habitat em Nairóbi, no Quênia, em maio deste ano.

Em junho foi lançada uma versão atualizada do livro, com uma revisão na metodologia do cálculo feito para elaborar os gráficos de percepção dos brasileiros, a fim de refletir melhor o peso de cada questão.

O documento foi entregue a prefeitos e prefeitas de cidades brasileiras e a organizações públicas, para que possam levar em conta no planejamento de suas gestões a percepção dos cidadãos sobre as condições de vida em suas cidades e  fazer um trabalho mais focado em relação às questões de sustentabilidade. No total, foram impressos 300 livros e quase mil pessoas fizeram o download da versão digital.

“Com os resultados dessa consulta reunimos dados e informações em torno de um assunto tão importante não só para as nossas cidades, mas para o nosso planeta com um todo”, diz Gustavo Maia, CEO do Colab. “Além disso, consultar os cidadãos é um passo importante para uma gestão pública aberta e colaborativa. E a tecnologia, além de ajudar a chegar em mais brasileiros, serve como uma ferramenta para a cidadania”, afirma.

Construções sustentáveis

A primeira edição da consulta Cidades Sustentáveis apontou que a dimensão com melhor percepção dos participantes foi a de construções sustentáveis e resilientes, enquanto a com pior avaliação foi a de adaptação às mudanças climáticas.

A tabela abaixo apresenta a média nacional para cada dimensão abordada pela pesquisa. A nota vai de zero a 100, sendo 100 a melhor pontuação.

Com os resultados da nova edição da consulta, prefeitos e gestores públicos terão uma evolução sobre a percepção dos cidadãos de sua cidade sobre as condições de vida nela.

“Nosso objetivo é fortalecer o ODS 11 diretamente com os governos locais, estimulando boas práticas para criar cidades sustentáveis, seguras, resilientes e inclusivas, onde as pessoas tenham acesso a habitação adequada e qualidade de vida digna”, diz Claudio Acioly, Diretor de Capacitação e Formação Profissional no ONU-Habitat. “A parceria com o Colab nos permite, pela primeira vez, ter acesso em escala e com continuidade a dados e opiniões de uma grande população urbana que nos servem para formular políticas públicas com evidências da cidadania e que respondem aos desafios da urbanização”.

Alguns dos parceiros essenciais na realização da primeira edição da pesquisa foram Artemisia, Instituto Vedacit, Vital Strategies e Instituto Arapyaú.

Parceria ONU-Habitat e Colab

Cidades Sustentáveis foi a primeira consulta feita pelo ONU-Habitat diretamente com os cidadãos. Como parceiro, escolheu o Colab, uma startup de gestão colaborativa que faz a ponte entre cidadãos e governos.

Para os cidadãos, Colab atua como rede social, em que é possível postar sugestões ou pedidos de soluções para problemas como falta de iluminação, buracos e calçadas desniveladas. Mais de 230 mil usuários usam o aplicativo.

Participação cidadã

As prefeituras que adotam o Colab recebem as demandas digitalmente, com geolocalização e na maioria das vezes com foto. Essas solicitações são organizadas em um mapa e chegam diretamente aos órgãos e servidores responsáveis pela resolução. As prefeituras recebem, ainda, workshops e materiais educativos sobre como incluir a participação dos cidadãos na gestão pública.

Com a tecnologia e a metodologia do Colab, algumas prefeituras já conseguiram aumentar significativamente seus índices de atendimento a demandas da população. É o caso de Teresina, onde a taxa de resolução de pedidos dos cidadãos foi de 39% em 2016 para 79% em 2018. As administrações também economizam tempo e recursos, como a prefeitura de Santo André, que nos 6 primeiros meses com o Colab conseguiu economizar aproximadamente 900 mil folhas de papel e reduziu em 90% as vistorias para atender as solicitações de poda de árvore.

O Colab também realiza consultas públicas locais. Em 2019, por exemplo, Juiz de Fora fez uma consulta de Orçamento Participativo, em que a população opinou sobre onde deveria ser investida parte da arrecadação pública, e Recife – numa parceria entre 11 organizações – consultou seus cidadãos sobre qual o uso que dão ao Bairro do Recife, para que melhorias sejam feitas no local.

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