A Comissão Econômica e Social das Nações Unidas para a Ásia Ocidental revelou nesta quarta-feira, 10 de junho, que a região não está no caminho de alcançar a Agenda 2030 de desenvolvimento sustentável.
Por meio de um relatório, divulgado hoje, a secretária-executiva da agência, Rola Dashti, afirma que o documento é uma constatação “humilde” sobre a dificuldade de se implementar os 17 Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) nos países.
Pobreza extrema
O estudo pede o fim de todos os conflitos e o aumento das infraestruturas dos governos árabes para a construção de sociedades justas e pacíficas. Além disso, a agência Escwa (na sigla em inglês) apela por compromissos com os direitos humanos e pela ampliação do espaço cívico.
Dashti revela que a crise global causada pela pandemia do novo coronavírus agravou a situação, que já era crítica. Os países árabes são o único grupo regional no mundo a registrar um aumento nos índices de pobreza extrema desde 2010, principalmente por causa dos conflitos.
A dependência de importação de alimentos expõe os países às incertezas e desigualdades do comércio global e à insuficiência de comida em algumas áreas.
Violência de gênero
A Ásia Ocidental tem uma das maiores taxas de desigualdade de renda do mundo e um dos níveis mais baixos de participação das mulheres na economia. Temas como desigualdade de gênero, desemprego principalmente de mulheres e jovens continuam a ser um desafio ao cumprimento dos ODSs.
A continuidade de crises humanitárias, deslocamento e instabilidade agravam a vulnerabilidade de mulheres e meninas a todas as formas de violência. O relatório afirma que assistência de saúde e educação estão entre os desafios mais urgentes dos países árabes.
A taxa de investimento da região em pesquisa e desenvolvimento é de 60% menos que a média global. Os especialistas afirmam que existe uma série de temas transnacionais que precisam de atenção como conflitos, comércio, mudança climática, escassez de água, migração, infraestrutura e conectividade, além de biodiversidade e a proteção dos ecossistemas marinhos. E para resolvê-los é preciso haver uma resposta coordenada regionalmente.
Mudança climática
De 1990 a 2019, por exemplo, várias secas nos países árabes afetaram mais de 44 milhões de pessoas causando perdas econômicas de mais de US$ 19,7 bilhões.
Estimativas indicam que a mudança climática na região levará à redução dos mananciais de água, produção agrícola e de rebanhos. Esses fenômenos também terão impacto sobre as florestas e os manguezais levando a um aumento de ondas de calor e de perdas de postos de trabalho na agricultura.
A chefe da Escwa acredita que mais do que nunca, é preciso realizar as mudanças necessárias para transformar essa realidade, e que esse deve ser um passo de todos: governos, legisladores, sociedade civil e setor privado.
A página da agência lista os seguintes Estados-membros: Bahrein, Egito, Iraque, Jordânia, Kweit, Líbia, Marrocos, Mauritânia, Omã, Territórios Palestinos, Catar, Arábia Saudita, Sudão, Síria, Tunísia, Emirados Árabes Unidos e Iêmen.
(Via ONU News)