O presidente da Colômbia, Ivan Duque, confirmou na semana passada que o país elevará o grau de ambição de seus compromissos nacionais de redução de emissões de gases de efeito estufa.
De acordo com o anúncio, feito pelas redes sociais, o governo colombiano pretende reduzir as emissões em 51% até 2030 com relação a 2010.
Para tanto, Bogotá pretende investir na aceleração da transição energética e da mobilidade urbana sustentável, além de reduzir a taxa de desmatamento e aumentar o plantio de árvores em todo o território colombiano.
“Esse é um compromisso importante no contexto latino-americano e também global, que mostra que juntos devemos cumprir esse propósito para a proteção do planeta”, afirmou Duque.
O anúncio foi bem recebido fora da Colômbia. O primeiro-ministro britânico Boris Johnson, anfitrião da próxima Conferência da ONU sobre o Clima (COP26), chamou o novo objetivo colombiano de “impressionante” e elogiou a liderança do presidente Duque. O futuro presidente da COP26, Alok Sharma, também celebrou o compromisso do governo colombiano.
A meta anunciada por Duque se destaca também pelo grau de ambição: a 1ª NDC submetida pelo país ao Acordo de Paris previa um cenário de redução de 20% das emissões até 2030 com relação a 2010; com essa meta subindo para 51%, ela mais do que dobra.
O fato de o país também usar 2010 como ano de referência também chama a atenção, já que considera um cenário-base mais recente para orientar seus objetivos de redução – para efeito de comparação, a NDC brasileira usou 2005 (época em que o desmatamento na Amazônia estava altíssimo) como referência.
Infobae e Semana repercutiram o anúncio. Já o colombiano El Tiempo ouviu especialistas que explicaram os desafios e o potencial da nova meta de redução de emissões no país.
Financiamento
Ativistas jovens abriram na semana passada uma simulação virtual da COP26, adiada para novembro de 2021 por conta da pandemia. Representantes de 118 países, a maior parte de países em desenvolvimento, discutiram tópicos importantes da agenda climática acerca dos quais têm enfrentado dificuldades para avançar nas negociações oficiais da ONU nos últimos anos.
Um foco particular foi a questão das perdas e danos, pauta defendida por países vulneráveis a eventos climáticos extremos: eles discutem a necessidade de receberem algum tipo de compensação para desastres climáticos. Mesmo com a criação do Mecanismo Internacional de Varsóvia, aprovado pela UNFCCC em 2013, os países vulneráveis seguem sem amparo mais forte para conseguirem se recuperar de episódios como tempestades tropicais e estiagens prolongadas. O Climate Home fez um panorama das discussões entre os jovens na “Mock COP26”.
(Via ClimaInfo)