Mais da metade das cidades brasileiras não tem ciclovias, revela Censo

Falta de infraestrutura cicloviária expõe desafios à mobilidade urbana sustentável no Brasil

Um levantamento do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), divulgado nesta quinta-feira, 17 de abril, revela um cenário preocupante para a mobilidade urbana sustentável no Brasil: 54,1% dos municípios brasileiros não possuem qualquer tipo de sinalização para circulação de bicicletas.

A pesquisa, baseada no Censo Demográfico de 2022, mostra que 3.012 cidades não têm ciclovias, ciclofaixas ou ciclorrotas devidamente sinalizadas, o que reforça a predominância da infraestrutura urbana voltada para veículos automotores.

Apenas 1,9% da população vive em ruas sinalizadas para bicicletas

Apesar do avanço de pautas ligadas à sustentabilidade e aos meios de transporte não poluentes, somente 1,9% dos brasileiros vivem em trechos urbanos com sinalização específica para bicicletas, um dado considerado alarmantemente baixo pelo IBGE.

Principais destaques da pesquisa:

  • 3.012 municípios (54,1%) não possuem sinalização para ciclovias, ciclofaixas ou ciclorrotas;
  • Apenas 1,9% da população brasileira vive em áreas com sinalização cicloviária;
  • Santa Catarina (5,2%), Distrito Federal (4,1%), Ceará (3,2%) e Amapá (3,1%) têm os maiores percentuais de população coberta;
  • Os menores índices estão no Amazonas e Maranhão (0,5%), Tocantins (0,6%), Goiás, Minas Gerais, Rio Grande do Norte e Alagoas (0,9%);
  • Entre as capitais, Florianópolis (7,1%), Fortaleza (5,5%) e Belém (4,6%) lideram o ranking com maior cobertura;
  • Municípios como Sant’Ana do Livramento (RS), Parintins (AM), Cametá (PA) e Jaú (SP) não têm qualquer morador vivendo em ruas com sinalização cicloviária.

Infraestrutura urbana ainda negligencia a bicicleta como meio de transporte

A pesquisa do IBGE analisou 63 milhões de domicílios urbanos, onde residem mais de 174 milhões de brasileiros, para avaliar as condições urbanísticas do entorno, incluindo iluminação, pavimentação, acessibilidade, transporte, calçadas e sinalização.

No quesito cicloviário, o estudo considerou tanto sinalizações verticais quanto horizontais – fixas ou temporárias – em ruas e calçadas compartilhadas. A constatação principal é que a infraestrutura urbana ainda está longe de oferecer segurança e incentivo ao uso da bicicleta como meio de transporte regular.

Por que a sinalização cicloviária é essencial para cidades sustentáveis?

Segundo o IBGE, boas sinalizações e infraestrutura adequada incentivam o uso da bicicleta, promovendo um transporte mais limpo, reduzindo emissões de poluentes e contribuindo para o alívio do trânsito nas grandes cidades.

Entretanto, mesmo nas metrópoles, a proporção de moradores com acesso a vias sinalizadas para bicicletas é de apenas 2,8%. Esse número cai para 0,5% em centros locais, que representam o nível mais baixo da hierarquia urbana.

Sul do Brasil lidera em infraestrutura para bicicletas

Entre as concentrações urbanas com melhor desempenho, destacam-se:

  • Joinville (SC): 11,2%
  • Jaraguá do Sul (SC): 9,8%
  • Itajaí – Balneário Camboriú (SC): 7,2%

As capitais mais bem posicionadas são Florianópolis (7,1%), Fortaleza (5,5%) e Belém (4,6%).

Por outro lado, Sant’Ana do Livramento (RS), Parintins (AM), Cametá (PA) e Jaú (SP) são cidades onde nenhum morador vive próximo a vias com infraestrutura cicloviária.

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