A Accenture desenvolveu, em parceria com a Organização das Nações Unidas (ONU), um estudo que traz a visão dos CEOs sobre as oportunidades e os desafios para atingir os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS), lançados pela própria entidade em 2015.
O estudo mostra que os CEOs reconhecem que a comunidade empresarial poderia ꟷ e deveria ꟷ dar uma contribuição muito maior para alcançar uma economia global sustentável, mesmo que o compromisso com os objetivos represente uma potencial vantagem competitiva para suas empresas.
“É hora de os líderes garantirem que as metas de sustentabilidade estejam firmemente incorporadas na estratégia corporativa e no objetivo da empresa”, diz Peter Lacy, diretor da Accenture Strategy para Reino Unido e Irlanda e líder da Accenture WEF, siglas de World Economic Forum.
O estudo aponta que a comunidade empresarial global atingiu um ponto de inflexão claro na jornada para 2030. Os CEOs concordam que os negócios devem desempenhar um papel mais crítico no avanço dos Objetivos Globais e apontam para as barreiras que os impedem de fazer mais por esse objetivo, assim como os fatores que facilitariam o potencial do setor privado.
Em 2016, um ano após o lançamento dos Objetivos Globais, as ações dos líderes empresariais em relação à sustentabilidade atingiram um pico, pois os CEOs viram a oportunidade de reavaliar seus esforços de sustentabilidade. Este não é exatamente o caso três anos depois. Em 2019, os CEOs reconhecem que a execução do negócio não está à altura do tamanho do desafio dos Objetivos Globais, ou de sua ambição anterior.
Comprometimento e ação
Ansiosos por uma correção no curso, os CEOs estão renovando seu comprometimento para aumentar o impacto de suas ações de sustentabilidade. Dessa forma, 71% dos CEOs acreditam que, com maior comprometimento e ação, seus negócios podem desempenhar um papel crítico na contribuição para os Objetivos Globais.
“Com uma década para cumprir os Objetivos Globais, a tecnologia tem o potencial de acelerar o progresso, ajudando as empresas a aumentar sua agilidade competitiva”, diz Jessica Long, diretora de Sustentabilidade da Accenture Strategy.
No entanto, a transformação é difícil. Restrições econômicas e prioridades concorrentes são barreiras identificadas pelos CEOs para serem superadas, e eles veem a próxima década como desafiadora, por conta das incertezas geopolíticas, tecnológicas e socioeconômicas.
Três caminhos para a ação em prol dos Objetivos Globais de Sustentabilidade
O cenário global incerto está levando os líderes empresariais a irem mais longe e a serem mais proativos na agenda de sustentabilidade. Com isso, os CEOs ouvidos pelo estudo recomendam às empresas do mundo todo as seguintes práticas:
Estimular a ambição e o impacto
Os líderes devem promover mudanças em suas próprias organizações e por meio da disrupção nos modelos de negócios.
Inovar na colaboração
Os principais players do mercado devem conectar-se de novas maneiras, colaborando em prol da transformação significativa em suas ações sustentáveis.
Assumir a liderança responsável
Os líderes devem assumir seu papel como agentes de mudança para defender a agenda de sustentabilidade.
O estudo traz dados impactantes, como:
• Apenas 21% dos CEOs acreditam que as empresas estão contribuindo de forma crítica para alcançar os Objetivos Globais;
• Ao mesmo tempo, 99% das empresas com mais de US$ 1 bilhão em receita anual acreditam que a sustentabilidade é importante para o futuro de seus negócios;
• 71% dos CEOs acreditam que as empresas têm o potencial para contribuir de forma crítica para alcançar os Objetivos Globais, com o comprometimento necessário;
• No entanto, 55% se veem pressionados a operar sob extrema redução de custo, o que prejudica os investimentos em sustentabilidade;
• Para os CEOs, o Objetivo Global mais longe de ser atingido é a redução de poluição nos oceanos, com apenas 13% da meta atingida;
• Apenas 44% dos líderes de negócios acreditam na concretização de um futuro de emissões zero nas suas empresas ao longo dos próximos 10 anos.