Cebds lançará Compromisso Empresarial para a Biodiversidade

O Brasil abriga a maior biodiversidade do planeta, com mais de 20% do número total de espécies/Foto: peter_w/FreeImages

O Compromisso Empresarial Brasileiro para a Biodiversidade realizado pelo Cebds será lançado no dia 29 de outubro, em São Paulo. A publicação é uma contribuição do setor privado que será levado a COP da Biodiversidade, na China. Aderiram ao compromisso, Anglo American, Boticário, BRK, Eletrobras, Equinor, Furnas, Natura, Shell, Suzano e Votorantim Cimentos.

Todas as empresas, associadas ou não ao Cebds, podem aderir ao Compromisso. Por meio do documento, que tem nove metas, as empresas se dispõem, por exemplo, a disponibilizar publicamente as informações sobre diversidade biológica nas áreas de atuação, com o objetivo de colaborar com a gestão da biodiversidade da região e dar transparência a essas informações junto à sociedade ou potencializar ações de conservação e recuperação nas regiões onde a empresa está inserida, buscando um impacto líquido positivo em biodiversidade.

Globalmente, uma coalizão da qual o WBCSD faz parte, a Business for Nature pede ações para reverter a perda da natureza e restaurar os sistemas naturais vitais do planeta. A coalizão busca trazer uma voz de negócios unida para as negociações internacionais e ajudar a entregar o resultado necessário.

O Brasil abriga a maior biodiversidade do planeta, com mais de 20% do número total de espécies. Por sua posição, o país tem especial contribuição no cumprimento das metas nacionais e internacionais de proteção da biodiversidade. Além disso, abriga também uma rica sociobiodiversidade, representada por mais de 200 povos indígenas e por diversas comunidades – como quilombolas, caiçaras e seringueiros, para citar alguns – que reúnem um inestimável acervo de conhecimentos tradicionais sobre a conservação da biodiversidade.

Manejo e conservação

A Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre a Mudança do Clima (CQNUMC), também conhecida como UNFCCC (United Nations Framework Convention on Climate Change), estabelece que os países-membro devem promover o manejo sustentável e a conservação de florestas e de outros ecossistemas terrestres para atingir o equilíbrio climático, reconhecendo a ligação entre o equilíbrio climático e a conservação da biodiversidade.

A UNFCCC ressalta a importância de se evitar mudanças perigosas no sistema climático para permitir que os ecossistemas se adaptem naturalmente às transformações, uma vez que problema da proteção da biodiversidade agrava-se com as mudanças climáticas.

Na COP da Biodiversidade, os líderes mundiais terão a oportunidade de forjar um acordo internacional para reverter a perda de natureza semelhante ao Acordo de Paris de 2015 sobre mudança climática.

É necessário estabelecer métricas para a biodiversidade 

Um questão relevante é a necessidade de estabelecimento de métricas para a biodiversidade. É possível uma empresa afirmar, com algum respaldo metodológico, que apresenta um impacto líquido positivo? Como podemos trabalhar para criar um maior consenso em torno das métricas para a biodiversidade?

Essas e outras questões permeiam os debates e o planejamento para se atingir os objetivos propostos. A iniciativa Alinhando Medidas de Biodiversidade para Empresas que será apresentada no evento de lançamento do Compromisso, tem como objetivo formar um visão comum entre os principais interessados ​​na medição, monitoramento e divulgação dos impactos corporativos na biodiversidade e dependências. Isso incentivará o desenvolvimento de mais credibilidade aos indicadores de contribuição corporativa para as metas globais de biodiversidade relatórios corporativos e estruturas de políticas globais.

A maioria das empresas depende da biodiversidade, diretamente ou por meio de suas cadeias de suprimentos. É a biodiversidade que fornece recursos críticos sobre os quais os processos dependem. Ao impactar negativamente a biodiversidade, as empresas correm o risco de perder esses recursos. As organizações financeiras que investem nas empresas também podem estar expostas à riscos, se impactos na biodiversidade não são minimizados.

(Por Kempson Cabral, do Cebds)

Leave a Comment

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

*