Capacidade solar no Brasil atinge 42 GW e já equivale a 3 usinas de Itaipu

Por ClimaInfo

Residencial Mané Dendê
Residencial Mané Dendê, em Ilha Amarela, subúrbio de Salvador. Comunidade foi beneficiada com instalação de energia solar fotovoltaica por meio de parceria entre a Neoenergia Coelba com a Prefeitura de Salvador/Foto: Divulgação/Neoenergia Coelba

A instalação de projetos solares fotovoltaicos continua acelerada no Brasil. A fonte renovável ultrapassou a marca de 42 gigawatts (GW) de potência instalada no país, o que equivale à capacidade de três hidrelétricas de Itaipu, que tem cerca de 14 GW. Somente este ano já foram adicionados mais 5 GW de energia solar na matriz elétrica brasileira, de acordo com a ABSOLAR.

Na geração distribuída (GD), modelo pelo qual a produção da eletricidade é feita pelo próprio consumidor, o país conta com 28,6 GW de potência instalada da fonte solar. Isso equivale, segundo a associação, a cerca de R$ 141,3 bilhões em investimentos e R$ 42,2 bilhões em arrecadação desde 2012.

Uma das modalidades de GD é a residencial, e o Brasil chegou a 2 milhões de residências com painéis fotovoltaicos nos telhados. Conforme a ABSOLAR, os telhados solares abastecem mais de 2,5 milhões de unidades, pelo compartilhamento de créditos de energia gerados para imóveis da mesma titularidade e na mesma área de concessão da distribuidora, explica a Exame.

Já na geração centralizada, formada por grandes usinas solares que vendem sua produção elétrica em leilões do governo, são 13,4 GW de capacidade solar instalada. Desde 2012, os investimentos somam R$ 58 bilhões e R$ 19,6 bilhões em arrecadação.

A participação da fonte solar equivale hoje a 18% da capacidade instalada da matriz elétrica brasileira e a cerca de 10% da geração, informam InfoMoney, IstoÉ Dinheiro e Canal Solar.

Em tempo 1: o Brasil é um dos 18 países em que a energia solar tem taxa de penetração superior a 10%, mostra estudo do Programa de Sistema Fotovoltaicos da Agência Internacional de Energia (IEA PVPS, na sigla em Inglês). A taxa de penetração estima a contribuição da fonte para atender à demanda de eletricidade de cada mercado nacional, levando em conta o potencial de geração da capacidade instalada acumulada. Segundo o levantamento, o número de países que superam o patamar de 10% dobrou em relação a 2022. No total, a energia solar contribuiu para atender a cerca de 8% da demanda elétrica global, detalha o Portal Solar. Ao final de 2023, o país com maior nível de penetração da energia solar era a Espanha, com 21,1%. Holanda, Chile, Grécia e Austrália completam as cinco primeiras posições. O Brasil, com 10,5%, ficou em 17º, superando a China, líder global em capacidade instalada.

Em tempo 2: a energia solar é a principal estratégia para levar eletricidade a comunidades isoladas da Amazônia em substituição à energia suja e cara de geradores a diesel fóssil que costumam abastecer essas localidades. No entanto, em comunidades da Reserva Extrativista do Médio Purus, em Lábrea (AM), a instalação dos painéis fotovoltaicos e equipamentos relacionados à geração solar pela Amazonas Energia, distribuidora local, corre o risco de ir por água abaixo – literalmente. Como mostra a Piauí, os kits solares estão sendo instalados em áreas que alagam durante a cheia do rio Purus. “A instalação ocorreu sem uma conversa anterior com a comunidade. As baterias, os controladores e os inversores foram colocados nos assoalhos das casas”, conta Jessé Oliveira, dirigente da Associação dos Trabalhadores Agroextrativistas do Médio Purus. “A chance de molhar e estragar todo o sistema é grande”, completou. Renovável sim, mas não assim.

Em tempo 3: o presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, anunciou US$ 7 bilhões em subsídios governamentais para projetos de energia solar residencial, que atenderão mais de 900 mil lares em comunidades de baixa e média renda, informam Estadão e Valor. Os subsídios estão sendo concedidos pela Agência de Proteção Ambiental (EPA, sigla em Inglês). Os projetos devem reduzir as emissões de dióxido de carbono e economizar aos domicílios US$ 350 milhões anualmente, de acordo com autoridades do governo.

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