Caminhantes, corredores, ciclistas e cavaleiros vão sair na manhã deste sábado (28) de vários pontos do Distrito Federal (DF) e seguir, em diferentes grupos, até a Praça dos Três Poderes, no Centro de Brasília, para participar do lançamento do “Caminhos do Planalto Central”, um circuito de 400 quilômetros de trilhas de longo curso, que tem tudo para se tornar referência para trilheiros de todo o Brasil e do mundo.
Promovido pela Secretaria de Turismo do DF, em parceria com a Secretaria de Ecoturismo do Ministério do Meio Ambiente (MMA), ICMBio, Ibram e secretarias de Agricultura e de Meio Ambiente locais, o evento ocorrerá às 11h, no Centro de Atendimento ao Turista (CAT) da Casa de Chá, na Praça dos Três Poderes, um dos lugares mais visitados da capital.
“Além de contribuir para a conservação da biodiversidade, conectando ecossistemas e corredores ecológicos, as trilhas de longo curso são um estímulo ao turismo na natureza, alavancando a economia das regiões e gerando oportunidades de emprego e renda para as comunidades locais”, disse o secretário de Ecoturismo do MMA, André Pitaguari Germanos.
A secretária de Turismo do DF, Vanessa Mendonça, concorda com seu colega do MMA. Para ela, as trilhas de longo percurso atraem milhões de turistas em todo o mundo. “Esses percursos, além de ajudarem na preservação de ecossistemas, acabam impulsionando a economia das cidades”, afirmou Vanessa.
Unidades de Conservação
O “Caminhos do Planalto Central” interliga paisagens, unidades de conservação federais e distritais e diversos atrativos ambientais, culturais e históricos da capital brasileira. O projeto é composto por três arcos que irão integrar todas as regiões do DF. A construção do “Caminhos” contou com a participação de voluntários e grupos de caminhadas, de ciclistas e de cavalgadas.
Dos 400 quilômetros do “Caminhos do Planalto Central”, cerca de 80 quilômetros já estão totalmente sinalizados, em especial, as trilhas que cruzam a Floresta Nacional (Flona) de Brasília (fotos acima e abaixo) e o Parque Nacional de Brasília e se estendem até à Serrinha do Paranoá, na região da Área de Proteção Ambiental (APA) do Planalto Central. O parque, a APA e a Flona são administrados pelo ICMBio. A sinalização foi feita por servidores e voluntários.
Rede Trilhas
Por outro lado, o “Caminhos do Planalto Central” vai se ligar a outro complexo de trilhas de longo curso, o “Caminho dos Goyases”, que sai da cidade de Goiás Velho e vai até a Chapada dos Veadeiros, cortando de ponta a ponta o estado goiano. Essa conexão entre os dois “Caminhos” reforça a Rede Nacional Trilhas de Longo Curso e Conectividade, a chamada Rede Trilhas, lançada em outubro do ano passado pelo Ministério do Meio Ambiente, em evento em São Paulo.
No momento, gestores dos ministérios do Meio Ambiente e do Turismo, do ICMBio e da Embratur elaboram a portaria de regulamentação da Rede. Esse processo deve ser concluído nos próximos meses. “Por se tratar de um projeto transversal, estamos envolvendo todos os parceiros nesse trabalho”, explicou Gentil Venâncio, diretor do Departamento de Fomentos e Projetos, da Secretaria de Ecoturismo do MMA.
De acordo com as normas, para ser incluída oficialmente na Rede Nacional de Trilhas de Longo Curso, a proposta de trilha deve ser encaminhada para avaliação e validação junto à Secretaria de Ecoturismo do MMA, que funcionará como o órgão gestor do projeto.
A Rede engloba percursos locais e regionais que ligam diferentes biomas de Norte a Sul do País. As trilhas são identificadas com um símbolo de uma pegada amarela no fundo preto (com adaptações para diferentes regiões) e podem ser feitas a pé, de bicicleta ou utilizando outros modos de viagem não motorizados. A pegada do “Caminhos do Planalto Central” tem a imagem da Torre de TV Digital.
Em toda a sua extensão, a Rede Nacional de Trilhas de Longo Curso inclui quatro grandes corredores: Litorâneo, do Oiapoque (AP) ao Chuí (RS); “Caminhos Coloniais”, do Rio de Janeiro até Goiás Velho (GO); “Caminhos dos Goyases”, entre Goiás Velho e a Chapada dos Veadeiros (GO); e “Caminhos do Peabiru”, ligando o Parque Nacional do Iguaçu (PR) ao litoral paranaense.
Entre as trilhas já sinalizadas, estão o “Caminho da Serra do Mar” (RJ), a Transcarioca (RJ), a Transespinhaço (MG), a Rota Darwin (RJ-PE) e o “Caminho das Araucárias” (RS/SC), que integram o corredor Litorâneo; o “Caminho de Cora Coralina” (GO) e o “Caminho da Floresta e do Parque Nacional de Brasília”, que fazem parte do “Caminhos dos Goyases” e “Caminhos do Planalto Central” (DF); a Trilha Chico Mendes (AC); e a Transmantiqueira (RJ, MG e SP), que estão sendo percorridas pelos primeiros grupos de aventureiros e exploradores.
A Rede Trilhas integra o Programa Nacional de Conectividade de Paisagens, do Ministério do Meio Ambiente, que reúne ações para promover a interligação de ecossistemas e a gestão das paisagens no território brasileiro, estimulando a conservação da natureza e o desenvolvimento social, econômico e cultural do país.