Oito caminhos para um futuro sustentável

Já sabemos que a preservação do planeta — essencial para a manutenção da nossa vida e a das próximas gerações — depende das ações de cada um que nele habita. Todos nós, consumidores, somos agentes transformadores da realidade em que estamos inseridos, e pequenas mudanças em nossos hábitos diários podem contribuir significativamente na construção de uma sociedade do bem-estar. Uma sociedade marcada pelo respeito pela natureza, pelas relações mais justas entre as pessoas, por uma economia sustentável e um estilo de vida mais saudável.

Não sabe por onde começar? Nós, do Instituto Akatu, ajudamos: criamos 8 caminhos para a produção e o consumo consciente que servem de inspiração para pensar no que fazer para chegar a um futuro sustentável. Um conjunto de boas práticas para estimular e inspirar indivíduos, governos e empresas a refletir sobre suas ações e hábitos e escolher o caminho de uma vida mais saudável e sustentável. Confira:

1. O durável mais do que o descartável

Ainda que possua custo inicial mais elevado, um produto com maior durabilidade retorna o investimento em um curto prazo de tempo, pois evitará a necessidade de novas compras, representando uma economia para o bolso ao longo do tempo. Além disso evita compras sucessivas, diminuindo a necessidade de consumo de recursos naturais para fazer novos produtos (no caso do descartável ou de obsolescência rápida) por meio da chance de ser reparado/consertado, recondicionado ou remodelado.

Patagonia: Marca que se tornou símbolo do consumo consciente ao incentivar a compra de produtos mais duráveis, além de garantir a compra do produto usado. A empresa vende produtos de alta qualidade e durabilidade e oferece um programa em que clientes podem solicitar o conserto gratuito de peças.

2. A produção local mais do que a global

Incentivar a produção local favorece o desenvolvimento econômico da região, reduz os impactos negativos gerados pelas emissões dos serviços de transporte/logística de produtos e permite ao consumidor conhecer de perto as práticas aplicadas na cadeia de produção, compreendendo de onde vem o que compra e quais os seus impactos.

GPA – Caras do Brasil: Programa que valoriza produtos autênticos da gastronomia brasileira feitos por pequenos e médios produtores. É baseado nos conceitos de comércio justo e valor compartilhado e seus produtos são feitos com matérias-primas típicas do país.

Instituto ATÁ: Desde 2015, o Instituto ATÁ realiza um projeto de curadoria de 4 boxes do Mercado Municipal de Pinheiros, especializados em produtos dos biomas Amazônia, Mata Atlântica, Cerrado, Caatinga e Pampa. O objetivo é destacar a rica biodiversidade do Brasil, que se traduz em ingredientes repletos de aromas e sabores desconhecidos de grande parte de nossa população. A meta também é fortalecer a ponta inicial da cadeia, contribuindo para que pequenos produtores, artesãos e comunidades se estruturem e sejam remunerados de maneira justa, tornando seus negócios economicamente sustentáveis e facilitando sua entrada no competitivo mercado paulistano.

3. O compartilhado mais do que o individual

compartilhamento possibilita o máximo uso de um produto durante a sua vida útil, reduzindo ou eliminando o tempo em que o ele fica ocioso ao suprir as necessidades de um grande número de pessoas. Desta forma, evita-se a extração de recursos naturais para a produção de novos produtos. É um consumo sem excessos por ocorrer de forma colaborativa, centrado no uso e não na compra.

Roupateca: Oferece um guarda-roupa compartilhado para diversos tipos de ocasiões. Com uma ampla variedade de cores, tamanhos e estilos, a Roupateca permite que o consumidor troque as peças do seu armário periodicamente, sem necessidade de comprar novos itens.

Yellow: Compartilhamento de patinetes elétricos e bikes sem estação fixa. Além de evitar os gastos com a manutenção de um carro, este transporte compartilhado é menos danoso ao meio ambiente em termos de poluição do ar se comparado aos automóveis. Ele ainda contribui para que os usuários cumpram parcial ou totalmente sua meta de exercícios físicos diários, colaborando com a saúde de modo preventivo.

AirBnb: Serviço online comunitário com oferta de acomodações que estavam ociosas e passam a ser alugadas por diferentes períodos de tempo. É geralmente mais barato que a reserva de quartos de hotel e oferece opções e experiências mais diversas aos viajantes.

Tem Açúcar: Aplicativo que busca estimular a colaboração, a camaradagem e o senso de comunidade viabilizando o empréstimo de objetos entre vizinhos.

4. O integral mais do que o desperdício

aproveitamento integral vai na contramão dos excessos. Trata-se de consumir tudo aquilo que é utilizado na produção ou o que compõe o produto. No caso dos alimentos, a utilização de cascas, talos e sementes ou de verduras ou frutas um pouco machucadas no preparo de receitas são exemplos deste caminho. Em outros produtos, a extensão ao máximo de sua vida útil, de forma a utilizá-lo por completo.

BIO: Restaurante do chef Alex Atala, em São Paulo, busca o mínimo desperdício possível de alimentos em seus pratos, incluindo para isso o uso de cascas, talos e sementes nas receitas.

Refazenda: Marca de roupas de Recife que, através do upcycling, reduziu a zero a quantidade de resíduos têxteis nas suas confecções.

5. O saudável mais do que o prejudicial

A escolha do saudável como uma visão mais ampla (possível por meio do acesso à informação), seja ela no trabalho ou no lazer, proporcionando equilíbrio e bem-estar, ou na alimentação, ao escolher produtos orgânicos e livres de agrotóxicos, que resultam em um menor consumo futuro de remédios e menor dano ao meio ambiente.

Mãe Terra: Produção de alimentos naturais e orgânicos, propondo-se a cuidar, desta forma, das pessoas e do planeta. Certificada como Empresa B tornou-se parte da comunidade empresarial global que busca o desenvolvimento socioambiental, além do econômico.

Positiva: Empresa de produtos de limpeza e higiene que são biodegradáveis (orgânicos), hipoalergênicos, ideais para bebês, veganos, pet friendly, compostáveis.

Fazenda da Toca: Uma fazenda de 2.300 hectares que se transformou em um polo de produção de alimentos orgânicos em larga escala. Atualmente, mantém quatro grandes operações agropecuárias: avicultura de postura com gestão própria, leite, grãos e agroflorestas, geridos em sistemas de parceria.

6. O virtual mais do que o material

‘Virtual’ não significa algo totalmente imaterial, pois seu funcionamento demanda o uso de um servidor e um aparelho eletrônico pelo usuário (JISC BB e Caixa no Brasil). Mas, certamente o virtual é uma alternativa em que a geração de resíduos é extremamente baixa, incentiva o desenvolvimento de novas tecnologias, leva a um menor consumo de recursos naturais na cadeia produtiva, a uma menor demanda logística de transporte (seja ele de carga ou de pessoas) e a um menor consumo de água e energia comparado à manutenção de estruturas físicas.

Netflix | Amazon | HULU: Serviços de streaming que disponibilizam filmes e séries para os usuários.

Spotify | Deezer | Google Music | Rdio | Napster: Serviços de streaming de música que disponibilizam podcasts e álbuns na íntegra.

7. Os concentrados mais do que os diluídos

Os produtos concentrados oferecem diversas vantagens ao consumidor e ao meio ambiente, pois demandam menos água em sua fórmula e usam menos materiais em suas embalagens. Por serem mais compactos, utilizam um menor volume de transporte (mais unidades do produto na carga), geram menos resíduos e emitem menos gases poluentes. Também são mais fáceis de serem armazenados pelo consumidor, pois demandam menor espaço. Muitas vezes, a redução de custos é repassada ao consumidor, tornando os produtos mais baratos.

Unilever: Novos desodorantes em embalagens reduzidas representam economia de 30% de alumínio, redução de 30% na pegada de carbono e de 50% na emissão de gás propelente.  Otimizadas as operações logísticas, ainda representam uma redução de 39% no número de pallets utilizados para transporte e armazenamento. A empresa produz ainda amaciantes e sabão para lavagem de roupas concentrados.

P&G: A empresa vem oferecendo um segmento de concentrados na categoria de cuidados com as roupas, como sabão líquido e amaciantes.

8. A experiência mais do que o tangível

O consumismo da sociedade atual tende aos bens materiais, quando na realidade há muito valor percebido pelos consumidores no tempo dedicado a sensações, experiências, emoções e convivências — que realmente deixam marcas fortes na memória.

Em datas comemorativas, como dia das mães, dia dos pais opte por compartilhar o tempo ao invés de dar presentes. Dia no SPA, almoço ou atividades ao ar livre podem ser uma boa opção também.

Viva Experiências | O melhor da vida: Kits para presentear com uma experiência – individual ou compartilhada — em diversos temas, como bem-estar, gourmet, aventura, etc.

Vale viagem: Empresas que comercializam pacotes de viagens criaram o “vale presente”, uma alternativa para presentear em aniversários e casamentos, por exemplo. Ao invés de um produto, o convidado pode comprar um cartão com uma cota de viagem para presente. A iniciativa fez tanto sucesso que atualmente quem organiza festas já deixa como sugestão o vale-presente.

Airbnb experiences: Imagine só poder conhecer uma cidade ao lado de um nativo? Ou então ter a companhia de um morador para aprender a surfar ou a preparar um jantar? O Airbnb proporciona essa troca de experiências entre os viajantes e locais.

(Via Instituto Akatu)

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