Cultivada em um sítio de permacultura, no interior do Rio Grande do Sul, a marca gaúcha de roupas Brisa germinou, em 2016, em território frutífero. Sustentada por pilares envoltos ao consumo consciente, a empresa imerge suas peças em molde minimalista, sustentável e atemporal. Elas são feitas com matéria-prima nacional em produção local.
À frente da iniciativa, a designer Tatiana Stein, 31, formada em Design de Moda e Tecnologia pela Universidade Feevale com MBA em Gestão de Negócios pela Fapa, uniu de ponta a ponta a experiência pessoal de viver em um sítio de permacultura e o decorrente cotidiano desacelerado às inquietações sobre o mercado poluente e desenfreado do fastfashion, ramo no qual exerceu profissão em grandes players da indústria.
O passo a passo – plantar, semear, cortar a grama, manejar os canteiros e composteira – despertou o olhar da designer para a necessidade de implementar um calendário consciente à marca na elaboração de blusas, calças, camisas, macacões, shorts e vestidos cortados um a um, em costura francesa e modelagem leve, feitos com tecidos produzidos em território nacional, orgânicos, naturais, de fontes renováveis e com o mínimo impacto ambiental.
Na cartela de cores, a Brisa se destaca pelo uso da tonalidade natural da fibra ou pela técnica de tingimento natural na produção ao utilizar apenas folhas, raízes, sementes, serragem ou extratos naturais. Por fim, a matéria-prima aproveitada no tingimento das peças, como casca de cebola e serragem do pau brasil, tem o ciclo finalizado na composteira, de forma que evite desperdícios na conclusão do processo.
Com opções sob encomenda, a marca prima pela produção em pequena escala, feita por pequenos produtores e os retalhos excedentes coletados e doados são doados a projetos sociais ou trabalhos de universidades ligadas à moda e design, em Porto Alegre.
Saiba mais
O movimento slow fashion foi criado como uma alternativa socioambiental mais sustentável no mundo da moda, em uma contraposição clara ao fast fashion – sistema de produção de moda atual que prioriza a fabricação em massa, a globalização e o custo baseado em mão-de-obra barata.
Ao contrário dessa ótica, a prática do slow fashion preza pela diversidade; prioriza o local em relação ao global; promove consciência socioambiental; contribui para a confiança entre produtores e consumidores; pratica preços reais que incorporam custos sociais e ecológicos; e mantém sua produção entre pequena e média escalas.