“Brinquedos precisam ser educativos, sustentáveis e ter vida longa”

São brinquedos de construção para toda a família e que acompanham o crescimento das crianças, por isso dizemos que é indicado para crianças de 3 a 99 anos/Fotos: Divulgação

Quando uma pessoa se torna mãe, as preocupações com os detalhes se amplificam e o instinto de proteção aflora como em nenhum outro momento da vida de uma mulher. Foi assim que Pauline Beaumont, francesa que vive no Brasil há sete anos, acendeu seu alerta materno ao perceber que sua filha nasceu em um mundo cercado por uma montanha de brinquedos plásticos e componentes eletrônicos.

Em busca de uma solução para este problema que a incomodava, lembrou-se de um brinquedo que fez parte de sua própria infância: simples, desafiador e, sobretudo, alinhado com um mundo mais sustentável. Percebendo a dificuldade de encontrá-lo aqui no Brasil tomou a decisão de fundar a Tibuá.

“A indústria de brinquedos desenvolve produtos cada vez mais descartáveis, seja pela própria qualidade ou por saírem de moda rapidamente. Isso não era econômico nem para mim, nem para o planeta. Além disso, quase todos são produzidos com plásticos e elementos eletrônicos que podem despejar resíduos tóxicos nos lençóis freáticos, no mar e na terra, voltando para nosso organismo cedo ou tarde em forma de micro plásticos e metais pesados, verdadeiros perturbadores hormonais. Estudos recentes da Universidade de Newcastle, na Austrália, mostram que ingerimos cerca de 5g de plástico por semana, ou seja, o equivalente a comer um cartão de crédito a cada sete dias!…”, alerta Pauline.

Embalagem também prioriza materiais sustentáveis e sem uso do plástico 

Importando tradições

Morando no Brasil desde 2013, Pauline, que é arquiteta de formação, não tinha planos de empreender ao se mudar para cá e chegou a trabalhar para algumas empresas de sua área. Migrar sua carreira para o empreendedorismo teve como alavanca alguma dificuldade de atender suas próprias necessidades, coisas que já eram muito tradicionais na Europa e que ela não encontrava por aqui.

Seu primeiro passo como empresária foi na criação da marca Joli Môme, que promove e vende sacos de dormir para bebê. “Comecei pensando na segurança da minha própria filha, porque já é comprovado que o uso de travesseiro e cobertor oferecem riscos de sufocamento para as crianças nos primeiros anos de visa. Na França, há anos não são mais usados. O mais indicado é o uso dos sacos de dormir, um item essencial no enxoval das mamães da Europa, mas que aqui era algo inédito”, explica.

Alguns anos depois, seguindo exatamente o mesmo princípio, já que o modelo de brinquedo da Tibuá é algo extremamente comum entre as crianças francesas decidiu criar uma nova marca para preencher também essa importante lacuna do mercado brasileiro. “É como diz um ditado popular francês que eu gosto sempre de repetir: ‘nunca estamos melhor servidos do que por nós mesmos’. E, hoje, sei que atendo uma necessidade e uma preocupação que não era só minha, como comprova o sucesso da Joli Môme e da Tibuá”.

Simples, desafiador e sustentável

Para uma criança, ser desafiada e estimulada é pura diversão, e esses devem ser os propósitos de um brinquedo, principalmente nos primeiros anos de vida. Contudo, isso não é o que as prateleiras das lojas oferecem e, ao privar os pequenos desses momentos deixando-os em frente a uma televisão, por exemplo, oferece um risco com reflexos em seu desenvolvimento que vão acompanhá-los a vida toda.

Pauline recorda o resultado de um recente estudo de um neurocientista americano que viralizou nos meios de comunicação. “A digitalização precoce do entretenimento e a exposição prolongada das crianças a estes estímulos desde os primeiros anos nos mostra uma geração que, pela primeira vez na história, tem a inteligência inferior à de seus pais. Só este fenômeno já deveria ser o suficiente para assumirmos de vez uma nova tendência do ato de brincar. Felizmente, já vemos crescer cada vez mais o movimento de pais com essa consciência”.

Naturalmente social e convidativo

A marca Tibuá nasceu não apenas para atender a essas famílias já engajadas nessa questão, mas também assume o propósito de ser um agente incentivador dessa corrente, de ser uma amplificadora dessa tendência.

São brinquedos de construção para toda a família e que acompanham o crescimento das crianças, por isso dizemos que é indicado para crianças de 3 a 99 anos. São peças em madeira para construir, montar e empilhar, desenvolvendo a motricidade e estimulando a imaginação, ou seja, o lado sensorial, motor, psíquico e afetivo dos pequenos que podem se divertir sozinhos ou acompanhados de seus pais.

São conjuntos com 100 ou 200 peças, indicados para as crianças em casa, e também caixas de 500 peças, disponibilizadas em escolas, clubes ou espaços de convivência infantil em geral. As peças são produzidas em madeira, todas da mesma dimensão originando um brinquedo não direcionado, ou seja, cuja imaginação dá um destino diferente cada vez que se brinca com a Tibuá.

Para gerar o menor impacto possível ao meio ambiente, as peças e suas embalagens são produzidas com matérias-primas de fontes renováveis e por artesãos locais. Além disso, é um brinquedo que não responde a nenhuma moda efêmera, ou seja, não fica obsoleto ou fora de uso, resistindo ao tempo e passando de geração em geração.

A Tibuá afirma que segue os princípios dos materiais pedagógicos montessorianos e também se alinha à pedagogia Waldorf, promovendo a criatividade e inteligência manual.

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