3 caminhos que a Braskem pretende seguir para descarbonizar suas operações

Jornalistas dos principais veículos de comunicação com sede em Salvador participaram do evento promovido pela Braskem/Foto: Divulgação

A Braskem realizou nesta terça-feira, 17 de dezembro, um almoço para jornalistas de Salvador no Restaurante Amado, no bairro Comércio. Durante o evento, que contou com a presença do editor-chefe do Notícia Sustentável, Murilo Gitel, a companhia petroquímica apresentou um balanço de 2024, além dos desafios e expectativas da indústria química local e global.

Na ocasião, o diretor Industrial da Braskem, Carlos Alfano, detalhou a estratégia da empresa no intuito de descarbonizar as operações até 2030. Intitulados “Avenidas de Crescimento”, os três pilares têm como foco o “Negócio Tradicional”, “Bio-Based” e “Reciclagem”.

“No que diz respeito ao Negócio Tradicional, queremos crescer por meio de projetos de alto valor, o que inclui os objetivos de reduzir as emissões dos escopos 1 e 2 até 2030, além de atingir a neutralidade de carbono até 2030. Em Bio-Based, planejamos ampliar o uso de matéria-prima renovável, expandindo a capacidade de produção de bioprodutos para 1 milhão de toneladas até 2030. Já em Reciclagem, objetivamos alavancar os produtos circulares (reciclagem mecânica), bem como aumentar a utilização de matéria-prima circular (reciclagem avançada)”, detalhou Alfano.

Melhoria de processos

Somente no ano passado, foram aplicados R$ 1,2 bilhão em ações de manutenção e melhoria de processos nas operações da Bahia. Em 2024, o montante foi de cerca de R$650 milhões (R$ 350 milhões a menos em relação a 2023, reflexo da crise global no setor petroquímico). A ecoeficiência operacional e gestão de custos tem assumido um papel crucial para buscar um ambiente de negócios mais competitivo.

O setor químico e petroquímico, conhecido como a ‘indústria das indústrias’ por gerar produtos utilizados como insumos por outros setores, está enfrentando uma nova dinâmica global. A demanda tem sido inferior às médias de anos anteriores porque as principais economias já não crescem nos mesmos patamares e há uma adição de capacidade de produção nunca vista no mundo, especialmente em regiões onde o principal insumo é o gás, matéria-prima mais barata, como nos Estados Unidos e Oriente Médio; ou em países fortemente subsidiados como a China, que definiu metas de autossuficiência para suas cadeias petroquímicas.

Desafio global

“Por compreenderem a relevância estratégica da indústria de base, os países donos das maiores economias mundiais vêm implementando fortes políticas públicas para incentivar o desenvolvimento de seus parques industriais e protegê-los. Os Estados Unidos e a China, as maiores potências econômicas mundiais, direcionam subsídios massivos para a indústria química e petroquímica”, destacou a diretora de Relações Institucionais da Braskem, Renata Bley.

Esse cenário de oferta excessiva de produtos importados derrubou a taxa de utilização das fábricas para os menores patamares dos últimos 34 anos no Brasil. Em 2024, a participação das importações sobre a demanda interna foi de 49%, índice recorde, enquanto as exportações brasileiras sofreram uma queda de quase 11%, de acordo com a Associação Brasileira da Indústria Química (Abiquim). “Dado o momento mais delicado da indústria química local, urge a criação de uma política estruturante para o setor”, defendeu Bley.

Braskem na Bahia

Com oito unidades no estado e capacidade de produção de 5 milhões de toneladas de produtos por ano, a Braskem gera mais de 5 mil empregos diretos e indiretos na Bahia. Ao todo, são mais de 13 mil empregos impactados, considerando o “efeito-renda” da operação local, número maior do que a população de 130 municípios baianos, segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

Estudos indicam que as operações da empresa na Bahia contribuem com R$ 3,5 bilhões na arrecadação de impostos e representam 10% da produção estadual. Essa estimativa é feita com base na Matriz de Insumo-Produto (MIP), ferramenta utilizada para inferir o impacto direto e indireto de um setor na economia.

“A empresa tem importante contribuição também no desenvolvimento social local. Em 2024, foram investidos mais de R$ 1,3 milhão em 13 projetos sociais, com cerca de 9,2 mil pessoas beneficiadas de forma direta e indireta”, observou a gerente de Relações Institucionais da Braskem, Magnólia Borges. As iniciativas foram realizadas em cinco municípios baianos: Camaçari, Candeias, Dias d’Ávila, Simões Filho e Salvador.

Os esforços são direcionados para projetos nas áreas de economia circular e mudanças climáticas; educação profissional e tecnológica; e inclusão social, com o objetivo de apoiar a transformação de realidades e o empoderamento das pessoas. Entre os projetos, destacam-se o Corais de Maré, que utiliza o plástico e outros produtos para recuperar corais nativos da Baía de Todos-os-Santos; o Plastitroque, que promove o descarte consciente e a reciclagem nas comunidades, e o Empreendedoras Braskem, que capacitou quase 100 mulheres para empreender. 

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