Com 1.158 empresas participantes, o Brasil é o 6º país com o maior número de organizações reportando dados sobre seus desempenhos ambientais em um total de 127 países. O país fica atrás de Estados Unidos, China, Japão, Reino Unido e Alemanha, segundo o CDP, organização sem fins lucrativos que gerencia o maior sistema de divulgação ambiental do mundo para empresas, cidades, estados e regiões, desde 2015, quando foi assinado o Acordo de Paris.
Globalmente, a plataforma do CDP recebeu neste ano informações de um número recorde de mais de 23 mil empresas, 24% a mais do que em 2022. As atuais participantes valem juntas cerca de US$ 67 trilhões, que correspondem a 66% de capitalização de mercado global.
“O recorde de participantes atesta a tendência positiva de transparência e responsabilidade corporativa contínuas. Ter dados ambientais consistentes é essencial para acompanhar o progresso em relação às reduções de emissões de gases de efeito estufa e apoiar os tomadores de decisão nos planos de adaptação e transição climática”, explica Rebeca Lima, diretora executiva do CDP Latin America.
Na América Latina, houve uma redução de 4% no número de participantes em relação a 2022. Do total de 1.987 empresas que divulgaram seus dados neste ciclo, o Brasil é responsável por 58%, seguido do México com 495 (25%). O número de empresas brasileiras caiu 14%, de 1.351 em 2022 para 1.158 em 2023.
“Em parte, a redução se deu por uma maior assertividade das empresas em convidarem fornecedores que são estratégicos para sua cadeia de suprimentos. Mesmo assim, é fundamental que mais investidores e grandes companhias sigam influenciando sua cadeia de valor por uma maior transparência ambiental”, explica Rebeca.
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Índice Bovespa
Além disso, as companhias que divulgaram suas informações representam mais de 99% do Índice Bovespa (IBOV), principal índice da Bolsa de Valores brasileira e 96% do Índice Brasil 100 (IBRX100), indicador do desempenho médio das cotações dos 100 ativos de maior negociabilidade e representatividade do mercado de ações brasileiro.
Considerando o número de empresas que foram convidadas por investidores signatários do CDP, houve um crescimento de 6% na América Latina, impulsionadas pelo Brasil que registrou aumento de 7% (153 empresas convidadas em 2022 para 165 em 2023), demonstrando um compromisso das instituições financeiras em acessar dados ambientais de qualidade.
O setor de serviços foi o que teve o maior número de empresas relatando, com 32% do total de participantes. Em seguida o de manufatura (21%) e serviços de transporte (16%). Os setores com menor representatividade são hospitalidade (0,4%) e vestuário (0,6%).
Desmatamento e segurança hídrica ganham visibilidade
Destaca-se o aumento de 62% (29) no número de empresas brasileiras que apresentaram seus impactos e iniciativas relacionadas à floresta. Na América Latina, o aumento foi de 28%, alcançando um total de 189 organizações, das quais 40% (76) são brasileiras, que trouxeram dados relacionados a uso do solo, desmatamento, biodiversidade, rastreabilidade da cadeia de fornecedores, entre outros.
Em segurança hídrica também houve um amento de 12% na quantidade de empresas que estão dando transparência aos impactos de suas atividades sobre esse tema. Das 701 participantes na América Latina, 55% são empresas brasileiras. Neste tema, são avaliados os riscos hídricos identificados nas operações, as iniciativas e impactos e oportunidades financeiras.