Brasil cai uma posição no Índice de Desenvolvimento Humano 2019

IDH 2019

O Brasil caiu uma posição no Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) 2019, divulgado nesta segunda-feira, 9 de dezembro, em Bogotá, capital da Colômbia. O país, que ocupava a 78ª colocação no ano passado, agora é o 79º. Apesar da queda, segue entre as nações cujo patamar é considerado de alto desenvolvimento humano, segundo a ONU.

A concentração da renda no Brasil continua sendo uma das mais altas do mundo. O país está em segundo lugar em má distribuição de renda entre sua população, atrás apenas do Catar, quando analisados os 1% mais ricos.

No Brasil, os 1% mais ricos concentram 28,3% da renda total do país (no Catar essa proporção é de 29%). Ou seja, quase um terço da renda está nas mãos dos mais ricos. Já os 10% mais ricos no Brasil concentram 41,9% da renda total.

A pesquisa, que integra Relatório de Desenvolvimento Humano de 2019, destaca uma nova geração de desigualdades, em torno da educação, tecnologia e mudanças climáticas, e alerta que elas podem criar “uma grande divergência” como não acontece desde a Revolução Industrial.

Segundo a pesquisa, as manifestações que acontecem em todo o mundo mostram que, apesar do progresso sem precedentes contra pobreza, fome e doenças, muitas sociedades continuam tendo problemas. A causa comum entre todos elas são as desigualdades.

Os quatro países nas posições mais altas no IDH 2019 não sofreram alterações, com a Noruega na primeira posição, seguida da Suíça, Irlanda e Alemanha.

Países lusófonos

Em relação aos países lusófonos, Portugal continua sendo o único Estado na categoria de países de desenvolvimento humano muito alto, mantendo a 40ª posição.

Cabo Verde está no conjunto dos Estados de desenvolvimento humano médio, tendo subido da posição 128 para 126, assim como Timor-Leste, que mantém o lugar 131. São Tomé e Príncipe passou de 138 para 137. Angola, que está na mesma categoria, foi o único país que fala português a cair duas posições, do lugar 147 para 149.

Guiné-Bissau e Moçambique permanecem na lista de baixo desenvolvimento humano. Moçambique manteve a posição 180, enquanto a Guiné-Bissau desceu de 177 para 178.

O Níger ocupa a posição mais baixa do ranking, seguido pela República Centro-Africana, Chade e Sudão do Sul.

Conclusões

Em entrevista à ONU News, o diretor do escritório que produz o relatório, Pedro Conceição, disse que a pesquisa “vai além da desigualdade na distribuição de rendimento e tenta projetar aquilo que pode determinar a evolução das desigualdades ao longo do século. O especialista diz que o relatório não faz propostas especificas para diferentes países, devido à diversidade de contextos, mas “oferece uma metodologia para tentar perceber quais as melhores áreas de intervenção.”

Em nota, o administrador do Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PnuD) disse que “diferentes motivos estão levando as pessoas às ruas, como o custo de uma passagem de trem, o preço da gasolina, a exigência de liberdades políticas e a procura de justiça.” Para Achim Steiner, “esta é a nova face da desigualdade.”

(Via ONU News)

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