Por Luciano Sampaio*
Neste mês, se comemora o Dia Mundial do Meio Ambiente e a data representa uma oportunidade de reflexão sobre a filosofia sustentável adotada pelas empresas. Afinal, já faz algum tempo que a sustentabilidade se impôs como pauta importante nas dinâmicas corporativas.
Não é por menos: falar em sustentabilidade não tem a ver somente com o planeta, tem a ver com a nossa própria existência como indivíduos e sociedade. Um exemplo disso é a agenda mundial adotada durante a Cúpula das Nações Unidas em 2015, que definiu 17 objetivos e 169 metas a serem alcançadas até 2030 em relação ao tema: os chamados Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS).
Nessa agenda, estão previstas ações mundiais em diferentes áreas como cidades sustentáveis, mudança do clima, crescimento econômico inclusivo, erradicação da pobreza, saúde, educação, igualdade de gênero, entre outros. Os Objetivos estão distribuídos em quatro dimensões: social, ambiental, econômica e institucional.
Diante disso, as empresas têm um importante papel a cumprir. Para alinhar suas ações sustentáveis e estimular o mesmo compromisso por parte da sociedade, esses ODS precisam estar incorporados à estratégia de negócio. É necessário que se tornem inclusive parte do processo de decisão, da cultura organizacional, dos valores e dos relacionamentos com seus públicos.
Apesar de as empresas reconhecerem a importância dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável das Nações Unidas, ainda faltam ações mais concretas de apoio para que eles sejam efetivados. É o que aponta levantamento realizado pela PwC a partir da análise de mais de mil relatórios corporativos para saber como os negócios têm se engajado com os ODS.
Por exemplo, apenas 25% das empresas incluíram os ODS em sua estratégia de negócio e somente 14% mencionaram metas específicas relacionadas a esses objetivos. Os resultados sugerem, assim, que a sustentabilidade ainda é um desafio no ambiente corporativo.
Mais do que tendência ou exigência a ser cumprida, a questão sustentável precisa estar envolvida na dinâmica organizacional, de forma orgânica. O discurso sustentável é correto e adequado, mas precisa fazer parte da essência da empresa.
A sustentabilidade deve ser vista através das lentes da inovação e os ODS podem ser utilizados como um modelo de geração de valor que faz seus negócios e estratégias corporativas evoluírem por meio de projetos inovadores e sustentáveis.
Além disso, as empresas podem trabalhar em conjunto com o governo, a indústria, a pesquisa acadêmica e outros setores para acelerar mudanças positivas e evitar duplicidade de esforços. Assim, passaremos do campo da filosofia à realidade.
*Luciano Sampaio é sócio-líder da PwC Brasil no Nordeste.