Por António Guterres*
No Dia Internacional da Mulher, celebramos as mulheres e as meninas em todo o mundo e aplaudimos tudo o que alcançaram na luta pela igualdade.
As mulheres e as meninas fizeram grandes feitos – demolindo barreiras, desmantelando estereótipos e impulsionando o progresso rumo a um mundo mais justo e igualitário.
No entanto, elas enfrentam obstáculos imensos. Bilhões de mulheres e meninas enfrentam marginalização, injustiça e discriminação, enquanto a persistente epidemia de violência contra as mulheres desgraça a humanidade.
O nosso mundo ainda reflete milénios/milênios de relações de poder dominadas pelos homens.
E o progresso está sob ataque, com uma reação violenta contra os direitos das mulheres.
Ao ritmo atual, a igualdade jurídica ainda está a cerca de trezentos anos de distância.
Devemos avançar muito mais rápido.
No Dia Internacional da Mulher, apoiamos as mulheres e as meninas que lutam pelos seus direitos e comprometemo-nos a acelerar o progresso.
O tema deste ano – investir nas mulheres – lembra-nos que acabar com o patriarcado exige dinheiro na mesa.
Temos de apoiar as organizações de mulheres na linha da frente.
E temos de investir em programas para acabar com a violência contra as mulheres e para impulsionar a inclusão e a liderança das mulheres nas economias, nas tecnologias digitais, na construção da paz e na ação climática.
Tudo isto depende da concessão de financiamento para o desenvolvimento sustentável, para que os países tenham fundos disponíveis para investir nas mulheres e meninas.
Precisamos também de aumentar o número de mulheres líderes nas empresas, nas finanças, nos bancos centrais e nos ministérios das Finanças. Isto pode ajudar a impulsionar investimentos em políticas e programas que respondam às necessidades das mulheres e das meninas.
Os direitos das mulheres são um caminho comprovado para sociedades justas, pacíficas e prósperas. É bom para todas as pessoas.
Juntos, vamos tomar medidas urgentes para tornar isso uma realidade.
Muito obrigado.
*Secretário-Geral da ONU.