Por Marcelo Souza*
Não há dúvidas que o ano de 2020 marcará a humanidade, em um futuro próximo, veremos os livros de histórias falando sobre o mundo antes e depois da Covid-19. No meio à abundância de incertezas, é muito difícil prever o que seria o novo normal, mas com base nos fatos, podemos afirmar que em 2021, veremos um mundo diferente.
Nos últimos 200 anos, na chamada era das revoluções, o capitalismo produziu muita riqueza. Quase triplicou a expectativa de vida, erradicou muitas doenças que dizimaram milhares de pessoas, nos levou à lua, desenvolveu a medicina, engenharia, os meios digitais, psicologia, a ciência como um todo, mas não fomos capazes de equilibrar e dividir toda essa riqueza de forma a promover o bem comum.
Assim, vemos que o capitalismo é ótimo para produzir e péssimo para dividir, gerando uma desigualdade imensa, dividindo o mundo entre “poucos com muito” e “muitos com pouco”.
Para Schwab a Covid-19 evidenciou muitas das vulnerabilidades da humanidade, mas mostrou que o mundo pode agir rápido e junto por um bem maior. Para o professor, a palavra reset é a primeira que vem em mente quando se fala do momento, pois agora temos que pensar como estruturar, como projetar e viver era pós Covid-19, uma coisa é certa, não podemos voltar ao velho normal, temos que encarar o que vivemos em 2020 e aproveitar para fazer como nossos pais e avós fizeram após a Segunda Guerra Mundial para realmente refletir sobre o que deu errado e o que poderíamos fazer melhor.
Primeiro: Tornar o mundo mais resiliente para eventuais novas surpresas, talvez diferentes tipos de vírus.
Segundo: Tornar o mundo mais inclusivo, mais justo e equilibrado, atingimos níveis insustentáveis de pessoas em situação de vulnerabilidade.
Terceiro: Tornar o mundo muito mais verde, colocando todas as energias na descarbonização e preservação de recursos para evitar uma catástrofe ainda maior.
Dessa maneira podemos esperar para os próximos anos uma agenda muito mais pautada em engenharia social e economia circular. As empresas precisam olhar atentamente para esses pontos, pois o pensamento não será mais de lucro como fator principal e sim do impacto que a organização terá na sociedade que está inserida.