
A reintrodução das antas na Mata Atlântica do estado do Rio de Janeiro, após mais de um século de extinção, representa um marco importante na conservação da biodiversidade. Essa iniciativa teve início em 2017, com a chegada das primeiras antas, e as solturas e monitoramento dos animais seguem até hoje.
Em janeiro do ano de 2023, a colaboração entre o Refauna, o BioParque do Rio, o Zoobotânico Municipal de São José do Rio Preto, o Parque Ecológico de São Carlos e o Projeto Guapiaçu, realizado pelo Ação Socioambiental, proporcionou a soltura de mais três antas.
Os zoológicos envolvidos desempenharam um papel essencial na reintrodução das antas, contribuindo com sua expertise no manejo de fauna, cuidados veterinários e planejamento logístico. O BioParque do Rio, o Zoobotânico Municipal de São José do Rio Preto e o Parque Ecológico de São Carlos foram responsáveis por garantir a saúde e bem-estar dos animais antes da soltura, demonstrando a importância dessas instituições na conservação da fauna.
Já o Refauna liderou a reintrodução, com o objetivo de combater a “síndrome da floresta vazia” e restaurar o equilíbrio ecológico das florestas do estado. Maron Galliez, diretor do Refauna, destaca que as antas, conhecidas como “jardineiras da floresta”, desempenham um papel crucial na regeneração dos ecossistemas ao dispersar sementes. “A presença dessas antas na floresta é fundamental para a recuperação e manutenção da biodiversidade”, afirma.
Monitoramento
Após uma jornada de três dias, as antas chegaram à Reserva Ecológica de Guapiaçu, em Cachoeiras de Macacu, onde passaram por um período de aclimatação. O monitoramento ficou a cargo do Refauna, Caminho da Mata Atlântica e Projeto Guapiaçu que é realizado pelo Ação Socioambiental, em parceria com a Petrobras, onde foram utilizadas tecnologias de rastreamento e câmeras-trap.
De acordo com Marcos Traad, diretor técnico do BioParque do Rio, “a logística envolvida na reintrodução de animais de grande porte como a anta exige planejamento cuidadoso para assegurar a segurança e o conforto dos animais durante a viagem”.
Hoje, as antas estão bem aclimatadas ao seu novo habitat e já desempenham um papel importante na restauração ecológica da região. Os resultados positivos dessa reintrodução destacam a importância de iniciativas como a do Refauna, em parceria com zoológicos, para a conservação da biodiversidade e o equilíbrio dos ecossistemas.