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A Acelen Renováveis, empresa de energia criada pelo fundo Mubadala Capital, anunciou nesta sexta-feira, 7 de fevereiro, a primeira extração de óleo em fluxo contínuo em escala industrial da macaúba no Acelen Agripark – Centro de Inovação Tecnológica Agroindustrial da companhia, em construção na cidade de Montes Claros (MG). O local, que une pesquisa, inovação e tecnologia, nasceu com o objetivo de promover o aumento da eficiência da matéria-prima, garantindo a sustentabilidade em todas as etapas da cadeia.
Desenvolvida com excelência pela equipe agroindustrial da Acelen Renováveis, a primeira extração industrial de óleo de macaúba é um feito histórico obtido por meio de uma tecnologia inédita. Até então, todos os processos de extração de óleo da macaúba ocorreriam em ambientes laboratoriais, o que impossibilitava a condição de escalabilidade.
As linhas de extração, criadas pela equipe de engenharia da Acelen Renováveis e parceiros com larga experiência, tornaram possível a retirada contínua com o desenvolvimento de equipamentos exclusivos e adaptados para a macaúba, alavancando globalmente a indústria no ramo da extração de óleo vegetal.
Victor Barra, diretor de Agronegócios da Acelen Renováveis, destaca que a conquista comprova que a empresa aposta em uma nova cadeia produtiva, sustentável e de alto impacto.
“A primeira extração industrial de óleo de macaúba realizada no Acelen Agripark é algo extraordinário, resultado da combinação entre tecnologia pioneira, inovação e a dedicação incansável da nossa equipe agroindustrial. Estamos criando um legado que combina descarbonização, desenvolvimento sustentável e geração de valor social e econômico”, ressalta.
Segundo o executivo, este é apenas o começo de uma trajetória que redefine paradigmas e posiciona a macaúba como protagonista na transição energética global.
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Macaúba, planta brasileira de alto poder energético que, de acordo com os técnicos da companhia, é de 7 a 10x mais produtiva por hectare plantado em comparação à soja
Primeiras mudas no Agripark: início dos testes para alta produtividade da macaúba
No mês passado, a Acelen Renováveis deu mais um passo fundamental para o futuro da macaúba e da produção sustentável de biocombustíveis. A empresa iniciou o plantio das primeiras 85 mudas no Agripark, dentro da atual janela de chuvas na região de Montes Claros. Esse marco simboliza o início de um ciclo de avaliação agronômica detalhada, com foco no desenvolvimento das plantas em condições reais de campo.
Segundo Victor Barra, essas mudas são fruto do know-how da equipe Agro, que vem aprimorando técnicas de produção para garantir altíssima produtividade e eficiência agronômica. “O Agripark será o grande laboratório a céu aberto para a domesticação da macaúba, viabilizando uma cultura estratégica para descarbonização e a produção de bioenergia em larga escala”, observa o executivo.
A Acelen Renováveis aposta em um ambicioso e inédito projeto focado na produção de combustíveis renováveis a partir da macaúba, planta brasileira de alto poder energético que, de acordo com os técnicos da companhia, é de 7 a 10x mais produtiva por hectare plantado em comparação à soja. Serão investidos em torno de US$ 3 bilhões na primeira unidade integrada para produção de combustíveis renováveis, HVO e SAF.
Da semente ao combustível, a Acelen vai transformar pastagens degradadas em plantações de macaúba para a produção de 1 bilhão de litros de combustíveis por ano em sua primeira planta na Bahia. A companhia destaca que os seus biocombustíveis serão totalmente drop in e com potencial de reduzir 80% das emissões de CO2, em comparação aos combustíveis fósseis, isso sem considerar o sequestro de carbono.
Agricultura familiar
Outro ponto importante é o cultivo de macaúba em 180 mil hectares de pastagens degradadas em Minas Gerais e na Bahia, considerando que 20% dessas plantações serão destinadas à parceria com agricultura familiar e pequenos produtores.
Além da geração de 85 mil empregos para a implementação de uma nova cadeia produtiva, conforme prevê estudo da FGV, o projeto de macaúba da Acelen vai criar oportunidades econômicas e sociais desde a germinação da semente até a distribuição dos combustíveis, tornando a companhia um vetor de desenvolvimento sustentável.
Sobre o Acelen Agripark
Unindo pesquisa, inovação e tecnologia, o objetivo do Acelen Agripark é promover o aumento de eficiência da matéria-prima, garantindo a sustentabilidade em todas as etapas da cadeia. O Acelen Agripark terá investimento total de R$ 314 milhões, sendo R$ 258 milhões financiados via Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES).
Construído em uma área de 138 hectares, dos quais 59 hectares serão destinados a experimentos (com oito áreas experimentais e uma de controle), o local terá capacidade de germinar 1,7 milhão de sementes por mês e produzir 10,5 milhões de mudas por ano. Todo esse trabalho será feito a partir do mapeamento de maciços com maior potencial de produção de óleo, que estruturarão o banco de germoplasma, selecionando as melhores plantas para a produção de sementes, clonagem e melhoramento genético.
Além disso, o empreendimento conta com 13 hectares de Reserva Legal, 41 hectares destinados à Área de Preservação Permanente (APP) e restauração ambiental, e outros 5 hectares dedicados ao viveiro para produção de mudas e sementes.
Vale destacar que o Acelen Agripark também desenvolverá outros processos fundamentais para a eficiência e ganho de produtividade, como: condução de ensaios de germinação; desenvolvimento de protocolo próprio de germinação; germinação de sementes e produção de mudas; processos automatizados/robotizados com foco na redução de perdas e custos; implementação de cultivos experimentais com foco na adaptação da espécie e melhoria da produtividade do óleo; construção da planta piloto com desenvolvimento do processo e domínio da tecnologia para extração de óleo e coprodutos úteis; unidade de extração de sementes, caracterização e ensaios de processamento dos produtos e coprodutos.
“Com um time comprometido, altamente qualificado e com a habilidade de transformar dificuldades em oportunidades, estamos construindo o maior centro de pesquisa, inovação e desenvolvimento do mundo dedicado à cadeia produtiva da macaúba. Seguimos evoluindo e construindo um futuro mais sustentável para todos”, conclui Victor Barra.