Quais são os danos ambientais causados pela indústria do tabaco?

Quando descartadas de forma inadequada, as pontas de cigarro são uma forma de poluição plástica que pode prejudicar a vida marinha e envenenar as águas. Foto: © Brian Yurasits/Unsplash
Quando descartadas de forma inadequada, as pontas de cigarro são uma forma de poluição plástica que pode prejudicar a vida marinha e envenenar as águas.
Foto: © Brian Yurasits/Unsplash

A Organização Mundial da Saúde (OMS) declarou na terça-feira, 31 de maio, quando se lembrou o Dia Mundial Sem Tabaco, que a indústria do tabaco prejudica tanto o meio ambiente quanto a saúde humana e precisa ser mais responsável pela destruição que causa.

A agência da ONU também revelou que a indústria do tabaco é responsável pela morte de mais de oito milhões de pessoas no mundo por ano. Além de custar vidas humanas, são utilizados na produção de tabaco: 600 milhões de árvores, 200 mil hectares de terra, 22 bilhões de toneladas de água e 84 milhões de toneladas de CO2.

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A maior parte do custo ambiental cai sobre os países de baixa e média renda, onde a água e as terras agrícolas são usadas para cultivar plantas de tabaco, em vez da produção de alimentos, que muitas vezes é urgentemente necessária.

O relatório da OMS ‘Envenenando nosso Planeta: Tabaco Exposto’ destaca que a emissão de carbono da indústria de produção, processamento e transporte de tabaco é equivalente a um quinto do CO2 produzido pela indústria aérea comercial por ano, contribuindo ainda mais para o aquecimento global.

Trilhões de filtros poluem o planeta

O diretor de Promoção da Saúde da OMS, Dr. Ruediger Krech, disse que “os produtos feitos de tabaco são os itens mais sujos do planeta, contendo mais de 7 mil produtos químicos tóxicos que se infiltram em nosso ambiente quando descartados”. E acrescentou que “aproximadamente 4,5 trilhões de filtros de cigarro poluem nossos oceanos, rios, calçadas, parques, solos e praias todos os anos”.

Produtos como cigarros, tabaco sem fumo e cigarros eletrônicos também contribuem para o acúmulo de poluição plástica. Os filtros de cigarro contêm microplásticos e constituem a segunda maior forma de poluição plástica no mundo.

A OMS está pedindo aos legisladores que tratem os filtros de cigarro da mesma forma que qualquer outro plástico descartável e considerem proibi-los a fim de proteger a saúde pública e o meio ambiente. Além disso, apesar do marketing da indústria do tabaco, não há evidências de que os filtros tenham algum efeito benéfico de saúde comprovado.

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Poluidor-pagador

Os custos de limpeza do lixo gerado pelos produtos provenientes do tabaco recaem sobre os contribuintes, e não sobre a indústria causadora do problema. A cada ano, a China gasta cerca de 2,6 bilhões de dólares e a Índia gasta cerca de 766 milhões de dólares. O custo para Brasil e Alemanha chega a mais de 200 milhões de dólares.

No entanto, países como França e Espanha e cidades como São Francisco e Califórnia, nos EUA, estão se posicionando. Seguindo o princípio do “poluidor-pagador”, eles implementaram com sucesso uma legislação que torna a indústria do tabaco responsável por limpar a poluição que cria.

A OMS insta países e cidades a seguirem este exemplo, além de apoiar os produtores de tabaco a mudar para plantações sustentáveis, aplicar altos impostos sobre o tabaco e oferecer serviços de apoio para ajudar as pessoas a pararem de fumar.

(Via ONU News)

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