Cozinhar de forma sustentável e segura ainda é privilégio

Respirar a fumaça produzida ao cozinhar com poluentes pode levar a doenças cardíacas, derrames, câncer, doenças pulmonares crônicas e pneumonia/Foto: © Gary Sandoz/Unsplash

Um estudo da Organização Mundial da Saúde (OMS) aponta que cerca de 2,6 bilhões de pessoas – o equivalente a um terço da população mundial – não têm acesso a meios seguros e sustentáveis para preparar alimentos.

Entre as principais observações do estudo estão a clara conexão entre poluição caseira e diversas doenças, a melhora lenta nas últimas duas décadas nos métodos para cozinhar, principalmente em países como Brasil e Índia, e a necessidade de ação imediata para acabar com o uso de fontes poluentes até 2030.

Segundo a agência de saúde das Nações Unidas, o uso de combustíveis e tecnologias ineficientes e poluentes é um risco para a saúde e um dos principais contribuintes para doenças e mortes, principalmente entre mulheres e crianças em países de baixa e média renda.

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Riscos para saúde

A entidade explica que respirar a fumaça produzida ao cozinhar com poluentes pode levar a doenças cardíacas, derrames, câncer, doenças pulmonares crônicas e pneumonia.

A OMS lamenta que milhões de pessoas morram prematuramente, todos os anos, devido à poluição do ar doméstica, que é produzida por cozinhar com fogões e aparelhos ineficientes combinados com madeira, carvão, carvão vegetal, esterco, resíduos de colheita e querosene.

Sem uma ação rápida para transição de fontes limpas, a OMS afirma que o mundo não alcançará a meta de acesso universal ao cozimento limpo até 2030.

Desigualdade

O estudo mostra que o acesso a combustíveis limpos e tecnologias para cozinhar é distribuído de forma desigual em todo o mundo. Entre 2010 e 2019, a taxa de acesso a combustíveis e tecnologias limpas para cozinhar aumentou apenas cerca de 1% ao ano.

Grande parte desse aumento aconteceu por melhorias no acesso à cozinha sustentável nos cinco países de renda baixa e média mais populosos – Brasil, China, Índia, Indonésia e Paquistão. Nas demais nações de baixa e média renda estudadas, as mudanças foram menores.

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Os resultados mostram que em 1990, mais da metade da população global usava fontes poluentes para cozinhar. Em 2020, esse número caiu para 36%.

Enquanto o gás de cozinha é predominante em áreas urbanas, a biomassa ainda é a fonte mais comum nas populações rurais. As estimativas atuais projetam que um terço da população global continuará a usar combustíveis poluentes em 2030, com a maioria residindo na África Subsaariana.

Dados relevantes

A publicação da OMS inclui estimativas globais, regionais e nacionais detalhadas do número de pessoas que usam combustíveis poluentes ou limpos desde 1990 com foco em seis tipos de combustível: eletricidade, combustíveis gasosos, querosene, biomassa, carvão e carvão. Os dados também incluem a desagregação urbana versus rural.

A partir dos resultados, a Unidade de Qualidade do Ar e Saúde da OMS apoia os países a lidar com a poluição doméstica do ar, fornecendo orientações normativas, ferramentas e recomendações.

A unidade também monitora e relata tendências globais e mudanças nos impactos da poluição do ar na saúde. Essas estimativas são usadas para relatórios oficiais, como as Estatísticas da Saúde Mundial e os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável.

(Via ONU News)

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