Na COP-26, líderes anunciam acordos para preservação das florestas e redução de metano

Acordo na COP-26 estabelece compromisso para preservação das florestas/Foto: Andrew Coelho/Unsplash

Líderes mundiais presentes na 26ª Conferência das Partes das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas (COP-26) em Glasgow, na Escócia, anunciaram um acordo, no início desta semana, cujo objetivo é preservar as florestas e reduzir o desmatamento e a degradação dos solos até 2030.

Atualmente, quase um quarto (23%) das emissões mundiais de gases de efeito estufa (GEEs) vem da agricultura e da indústria madeireira. Juntos, os mais de 100 países signatários do compromisso histórico, como Rússia, Estados Unidos, China, Austrália e França, concentram mais de 85% das florestas do mundo, uma área superior a 21 milhões de quilômetros quadrados.

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O anúncio da “Declaração dos Líderes de Glasgow sobre Florestas e Uso do Solo” foi feito em evento convocado pelo primeiro-ministro britânico, Boris Johnson, com participação do presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, e da presidente da Comissão da União Europeia (EU), Ursula von der Leyen, e prevê o equivalente a cerca de R$ 108 bilhões em financiamento público e privado.

Parte dos recursos virá de financiamento por 12 países – como Estados Unidos, Reino Unido, Noruega, Alemanha, Coreia do Sul, integrantes da União Europeia, Canadá e Japão –, com cerca de R$ 68 bilhões previstos até 2025. O objetivo é apoiar iniciativas em países em desenvolvimento, incluindo a restauração de terras degradadas, o combate a incêndios florestais e o apoio aos direitos das comunidades indígenas.

Já o setor privado – representado na COP-26 por CEOs de mais de 30 instituições financeiras – responderá por mais R$ 41 bilhões em financiamentos. Desse total, R$ 17 bilhões devem ir para a iniciativa Finanças Inovadoras para a Amazônia, Cerrado e Chaco (IFACC, na sigla em inglês), visando a promover a produção de soja e gado sem desmatamento na América Latina. Dirigentes dessas instituições também irão se comprometer a não investir mais em atividades ligadas ao desmatamento.

Declaração

A declaração conjunta será adotada por mais de 100 países onde se situam 85% das florestas mundiais, entre elas, a floresta boreal do Canadá, a Floresta Amazônica e a floresta tropical da bacia do Congo. O objetivo da iniciativa é limitar o aquecimento global a 1,5 grau Celsius acima dos valores médios da era pré-industrial.

Os signatários também reafirmam seus compromissos com o Acordo de Paris e outros tratados internacionais na área ambiental. Além disso, reconhecem que, para se chegar às metas de desenvolvimento sustentável, serão exigidos mais esforços de integração entre produção, consumo, infraestrutura, comércio, finanças e investimentos.

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A declaração menciona ainda o apoio a produtores rurais, povos indígenas e comunidades que dependem desses biomas para sua sobrevivência – uma população estimada em cerca de 1,6 bilhão de pessoas em todo o mundo.

Redução de metano

Outro acordo anunciado nesta semana, na COP-26, envolveu cerca de 100 nações que se comprometeram a reduzir as emissões de metano como parte dos esforços para conter o aquecimento global.

“Uma das coisas mais importantes que podemos fazer nesta década decisiva para manter o alcance de 1,5 grau é reduzir nossas emissões de metano o mais rápido possível”, destacou o presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, referindo-se à meta de conter o aquecimento global em 1,5 grau Celsius. “É um dos gases de efeito estufa mais potentes que existe.”

Biden, que expôs os compromissos dos EUA para reduzir suas próprias emissões de metano, afirmou que aproximadamente 100 países estão assinando o compromisso global de metano. O enviado climático dos EUA, John Kerry, havia anteriormente estimado o número em mais de 100 nações.

O governo brasileiro informou que manifestou apoio a ambos os acordos (preservação das florestas e redução de metano).

Com informações da Agência Brasil.

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