O presidente da Assembleia Geral das Nações Unidas, Volkan Bozkır, pediu aos países-membros que “cheguem a Portugal com realizações e progressos que inspirem esperança e otimismo por um melhor futuro” em favor dos oceanos. O país europeu confirmou a Conferência dos Oceanos para junho de 2022.
Bozkır disse que as pessoas não querem viver em um mundo de crises sucessivas. Ele realçou que o momento atual é para fazer escolhas certas “que são essenciais para o bem-estar, prosperidade e existência” humanas.
O ministro do Mar de Portugal, Ricardo Serrão Santos, falou sobre a preparação da segunda Conferência dos Oceanos no país, em parceria com o Quênia.
Serrão Santos acredita que, no contexto pós-pandemia, a oportunidade é para mais do que nunca se abordar a questão de conservação e uso sustentável dos oceanos de uma forma eficaz.
Natureza
Em entrevista à ONU News, de Nova York, o ministro português destacou que a pandemia ensina que o homem é parte frágil da natureza e não deve perturbá-la.
“Esta é uma experiência muito útil, muito interessante. Vê-se a motivação dos Estados-membros e as organizações para levarem para à frente a agenda dos oceanos e o ODS 14, que tem a ver, de fato, com o oceano mais saudável. Tem a ver com a conservação e a sustentabilidade do oceano e com a sustentabilidade dos recursos vivos marinhos de que somos dependentes. Há uma grande necessidade que cuidemos dele e que ele continue a ser produtivo”, destacou Serrão Santos.
ONU pede que não se perca a oportunidade de uma “recuperação azul/Banco de Imagem Coral Reef/David Gros
Sustentabilidade
O presidente da Assembleia Geral acredita em uma consciência cada vez maior de como um oceano saudável é fundamental para uma economia sustentável, ao ver países e cidades priorizando as áreas costeiras e marinhas em detrimento do turismo.
Entre setores em ação nesse sentido estão os de proteção de áreas úmidas, esforços de combate à pesca ilegal, não declarada e não regulamentada, além do transporte marítimo e da extração de recursos.
´Poluição é uma das principais ameaças aos oceanos/Foto: ONU Meio Ambiente
Bozkır apelou aos Estados que combinem e aumentem seus esforços em favor dos oceanos com novas abordagens de governança, políticas e mercados que incentivem a lucratividade e a sustentabilidade pelas pessoas e pelo planeta.
Ele considera crucial que não se perca a oportunidade de uma “recuperação azul” para construir resiliência, especialmente em pequenos países insulares em desenvolvimento.
Áreas costeiras
Para Bozkir, construir uma economia oceânica sustentável é uma das tarefas mais importantes e maiores oportunidades de nosso tempo. O processo “afeta muitos outros ODS, desde Fome Zero, Trabalho Decente e Consumo Responsável”.
O apelo feito aos governos, às indústrias e partes envolvidas da sociedade civil e grupos de cidadãos é que continuem unindo forças para desenvolver e implementar soluções oceânicas.
No encontro também participou o enviado especial do secretário-geral para o Oceano, Peter Thomson.