Projetos de alimentação escolar sustentável concorrem a prêmios de até R$ 260 mil

Por Isabela Schincariol (Campus Virtual Fiocruz)

Melhorar o ambiente alimentar e o comportamento na escola, moldando as escolhas alimentares atuais em direção a uma dieta saudável e sustentável. Este é o principal objetivo do workshop Reino Unido-Brasil Alimentaçãao saudável e sustentável para crianças: o potencial da merenda escolar, que será realizado de forma virtual pelo Instituto Gonçalo Moniz (Fiocruz Bahia), entre os dias 7 e 18 de julho.

As inscrições estão abertas até 17 de maio. A ideia é estimular a cocriação de pesquisas inovadoras e encorajar colaborações sustentáveis entre investigadores e profissionais em início de carreira, permitindo e inspirando o desenvolvimento de trabalho em rede, dinâmicas em grupo e tutoria, além de apoio financeiro aos melhores projetos surgidos durante o workshop.

A iniciativa é financiada pelo British Council Climate Change Research Links. Segundo a pesquisadora da Fiocruz Bahia, Nelzair Araujo Vianna – líder do projeto no Brasil em coparceria com Ximena Schmidt Rivera (Brunel University, Londres) – também serão foco do encontro: promover o intercâmbio de conhecimento e capacitação; desenvolver uma rede interdisciplinar de pesquisadores em início de carreira e profissionais que trabalham na área no Reino Unido e no Brasil para realizar, implementar e avaliar intervenções conduzidas por pesquisas eficazes e inovadoras; e ainda gerar evidências para atualizar a política vigente.

“Mudar o padrão alimentar das escolas brasileiras poderá ter um grande impacto na saúde da população e na economia”, aponta Vianna.

Mudar o padrão

O projeto tem como prerrogativa o fato de que o Brasil é o terceiro maior produtor agrícola do mundo. Porém, 16% das crianças de 5 a 10 anos do país estão com sobrepeso e outros 14% são obesos, fazendo com que os custos com saúde para obesidade aumentem para 330 bilhões de dólares nos próximos 40 anos. Portanto, Vianna explica que “mudar o padrão alimentar das escolas brasileiras poderá ter um grande impacto na saúde da população e na economia”.

Ela lembrou que o Programa Nacional de Alimentação Escolar (Pnae) é a mais antiga Política Nacional de Alimentação e beneficia cerca de 40 milhões de alunos. “O Pnae foi criado em uma época em que a fome e a subnutrição eram o principal problema. No entanto, com a transição nutricional e a sindemia global de subnutrição, obesidade e mudanças climáticas, o papel do programa deve ser discutido para enfrentar esses novos desafios. Com base nisso, realizaremos esse workshop para fomentar o desenvolvimento de projetos-piloto visando a melhoria do ambiente alimentar e o comportamento na escola, com foco em abordagens interdisciplinares que abranjam desafios e impactos”, detalha a pesquisadora da Fiocruz.

“Desafio de Prêmio”

O workshop terá um “Desafio de Prêmio”, que consiste em um fundo de até 35 mil libras esterlinas (moeda do Reino Unido), o equivalente a cerca de R$ 260 mil, para o desenvolvimento de cinco projetos (ou mais, dependendo dos custos) criados durante o workshop entre os participantes do Reino Unido e do Brasil. Cada projeto pode solicitar até 7 mil libras esterlinas, algo em torno de R$ 51 mil.

Vale destacar que será dada especial atenção a pesquisadores em início de carreira, participantes que voltam de interrupções de carreira ou licença-maternidade, bem como para participantes de grupos minoritários, que trabalham com ou em escolas e Organizações Não Governamentais (ONGs), além de participantes que desejam colaborar e estão interessados ​​em implementar novas ou melhorar as atuais intervenções em ambientes alimentares para crianças. “Será uma importante oportunidade para a participação de iniciativas da sociedade civil”, ressaltou Nelzair Vianna.

Para se inscrever, clique aqui.

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