O Itaú Mulher Empreendedora, programa para inspirar, conectar e acolher mulheres donas de empresas, e a DIVER.SSA , uma iniciativa focada em fomentar o empreendedorismo feminino de impacto social, anunciam neste mês de fevereiro os seis micronegócios finalistas selecionados para receber investimento semente de R$ 10 mil.
O aporte contempla a prática financeira da metodologia da DIVER.SSA, que promove e estimula o acesso ao crédito para mulheres, uma vez que este público tem menor acesso aos mecanismos de crédito tradicionais do mercado.
As selecionadas são Morena Mariah (Afrofuturo, Rio de Janeiro), Solange Borges (Culinária de Terreiro, Bahia), Ercília de Souza (Ercília Arte Desana, Amazonas), Jéssica Santos (Zarina Moda Afro, Pernambuco), Julia Morais (Flor de Maio, Bahia) e Geysa Lopes ( Furniture Pallet, Ceará). Desde dezembro, as participantes têm recebido treinamento do programa, que tem como base o Acolhimento Estratégico, metodologia da DIVER.SSA baseada nos pilares de autoconhecimento, autoconfiança e autogestão.
“Esta foi uma grande jornada e foi uma honra conhecer todas as empreendedoras que se inscreveram – aprendemos muito com cada uma e esperamos que todas levem com carinho tudo o que foi discutido e vivido em nossas dinâmicas. A procura pelo programa foi muito grande, o que evidencia a sede de oportunidades do público empreendedor feminino negro e indígena, no Norte e Nordeste – são potências que merecem reconhecimento e acesso. A DIVER.SSA seguirá abrindo portas para este público – nos negócios e na alma de empreendedoras”, diz Itala Herta, fundadora da DIVER.SSA.
Três fases de aceleração
Em novembro, o programa lançou edital para a seleção de negócios liderados por mulheres com foco em empreendedoras mais vulneráveis. As inscrições foram abertas a mulheres de todo o Brasil e, nesta edição do programa, a seleção priorizou negócios liderados por mulheres, negras, indígenas e LBTs (lésbicas, bissexuais e transexuais) das regiões Norte e Nordeste.
Das 286 inscritas, quase 80% eram das regiões Norte e Nordeste e 75% de mulheres negras ou indígenas. Trinta foram selecionadas para a primeira fase de acompanhamento – a Jornada de Acolhimento Estratégico, metodologia desenvolvida pela DIVER.SSA, com duração de seis dias.
Da primeira fase saíram dez finalistas para a etapa seguinte, a Jornada de Aceleração de Apoio ao Micronegócio, realizada em janeiro. Destas dez, foram selecionadas as seis microempreendedoras que receberão investimento semente doado pela DIVER.SSA.
“Torna-se cada vez mais importante promover o empreendedorismo feminino no Brasil, principalmente quando as estatísticas nos indicam que as mulheres representam quase metade dos empreendedores no país”, afirma Luciana Nicola, superintendente de Relações Institucionais, Sustentabilidade e Negócios Inclusivos do Itaú Unibanco. “Além disso, é essencial lembrarmos que muitas das mulheres não têm as mesmas oportunidades que os homens no mercado de trabalho, e um dos principais compromissos do Itaú Unibanco é de promover a inclusão, para garantir cada vez mais mudanças que gerem impacto positivo na sociedade”, complementa.
Luciana Nicola, superintendente de Relações Institucionais, Sustentabilidade e Negócios Inclusivos do Itaú Unibanco/Foto: Divulgação)
Conheça as 6 selecionadas pelo Programa Itaú Mulher Empreendedora:
A partir da reflexão de que “somos os nossos ancestrais do futuro”, Morena Mariah fundou o Afrofuturo, um negócio de educação que tem como missão atuar ativamente pelo protagonismo de pessoas negras na construção de um futuro mais justo e equilibrado. O Afrofuturo tem como principal valor a ideia de que a construção de um futuro e de uma sociedade melhor passa por um processo de aprendizado coletivo.
O negócio quer se tornar a primeira escola de educação continuada em afrofuturismo e cultura africana e brasileira do país. Com o investimento semente, vai investir na construção de um site em que vai oferecer cursos online e se tornar uma escola. O dinheiro também ajudará com a compra de equipamentos, fluxo de caixa e investimento em marca e comunicação.
Solange Borges (Culinária de Terreiro, Bahia)
Moradora de uma agrovila em Camaçari, na Bahia, Solange Borges criou o Culinário de Terreiro, um projeto que reúne produção de alimentos orgânicos, vivência e turismo étnico, conversas sobre candomblé para quebrar preconceitos e curso de culinária, que durante a pandemia passou a ser feito online.
O investimento semente do programa irá ajudar Solange e outras mulheres da agrovila a construir uma casa de farinha de aipim, produto orgânico que tem demanda reprimida no comércio local.
Ercília de Souza (Ercília Arte Desana, Amazonas)
Artesã do povo indígena Desana, Ercília produz e vende acessórios com sementes, palha, fibra e outros produtos de extrativismo sustentável da Floresta Amazônica. A venda das peças é para o auto sustento de sua família, que mora em Novo Airão (AM). Participa do programa de aceleração para expandir o seu negócio para oferecer oficinas e cursos de artesanato a pessoas de outros povos.
Com o investimento irá construir uma loja física, para vender seus produtos e para que turistas e moradores da região possam visitar e conhecer mais sobre a sua comunidade. Também pretende abrir uma loja online.
Jéssica Santos (Zarina Moda Afro, Pernambuco)
A Zarina Moda Afro é uma marca de moda afro autoral de Olinda (PE) que produz roupas e acessórios que expressam a identidade negra, trazendo a essência e o axé da comunidade negra e do povo de terreiro. Oferece peças a pronta entrega e também sob medida, confeccionadas com exclusividade para seus clientes.
As vendas são feitas por meio das redes sociais e no ateliê da marca, que vai ser ampliado com o uso do investimento semente. O dinheiro também será usado para ampliar as equipes de design, corte e costura, modelagem e marketing.
Julia Morais (Flor de Maio, Bahia)
Desde 2016 a Flor de Maio produz absorventes ecológicos de pano com o propósito de reconectar mulheres com seus ciclos menstruais e promover hábitos de consumo sustentáveis. Feitos de algodão, os absorventes são laváveis e reutilizáveis por até 6 anos. A empresa é comandada por Julia Morais e sua mãe, Fatima Cerqueira, responsável pela costura das peças.
A Flor de Maio também se tornou uma plataforma de conteúdo de ginecologia natural, saúde e autocuidado. A maioria de suas consumidoras é de mulheres negras nordestinas. O investimento semente será usado para montar e estruturar o ateliê da marca, ajudando a aumentar a sua capacidade de produção, além de ser investido em comunicação.
Geysa Lopes (Furniture Pallet, Ceará)
Há mais de três anos a Furniture Pallet produz e vende móveis rústicos e sustentáveis feitos por mulheres marceneiras de Fortaleza (CE) com madeira pinus de reflorestamento. Recentemente, o negócio adquiriu equipamento para ampliar a sua produção e hoje tem necessidade de contratar mais profissionais capacitadas para a produção dos móveis.
Inserida em um mercado tipicamente masculino, a Furniture Pallet irá realizar workshops de marcenaria para mulheres, em que vai oferecer capacitação e identificar aquelas que possam fazer parte da sua equipe. O investimento semente será aplicado para a aquisição de matéria-prima e ajudará no caixa da empresa.